A melhor notícia para os palmeirenses sobre o Campeonato Paulista é a de que na final são dois jogos. O Verdão repetiu a atuação na final do estadual do ano passado e fez um jogo irreconhecível, merecendo sair derrotado por uma equipe superior dentro do gramado. É bem verdade que o resultado final também deve ser o mesmo: Palmeiras  vence em sua casa com uma goleada e é campeão Paulista.

Revertendo o resultado ou não, o feito do Água Santa já é emblemático. O time de Diadema chegou ao mata-mata do estadual pela primeira vez em sua história, eliminou o São Paulo e Bragantino, venceu o Palmeiras em um dos jogos, e, na primeira fase, ainda fez uma das quatro melhores campanhas do torneio (acima do Corinthians, por exemplo).

O que mais chama a atenção é que nas quartas, contra o São Paulo, o time não venceu o jogo, não balançou as redes - nem teve grandes chances, sendo dominada o jogo todo e avançando nos penâltis. Contra o Red Bull Bragantino, novamente um empate, com grande colaboração do goleiro Cleiton, para o único gol marcado pelo time de Diadema.

Na final, o Netuno atingiu um feito ainda maior: venceu o jogo, marcando dois gols na melhor defesa do torneio. Nos últimos 95 jogos o Palmeiras perdeu apenas oito vezes: Chelsea, São Paulo (2x), Ceará, Athletico PR (2×), Internacional e Água Santa. E poderia ter sido mais. Se o time do ABC Paulista tivesse levado um placar mais largo para a volta, não seria nenhuma injustiça.

Aos historiadores, o Água trouxe à tona a vitória de 2016, quando venceu o Verdão - que viria a ser campeão brasileiro daquele ano -, por 4 a 0.

Após a derrota, Abel Ferreira falou na coletiva a mesma coisa que foi dita no ínicio deste texto: a única notícia boa é a de ter o jogo de volta para, segundo o comandante, "ser campeão ou passar uma grande vergonha".

O Palmeiras tem um time mais valioso, melhor, mais entrosado, amplo favorito. Uma vitória simples já garante decisão nos pênaltis, uma vitória por dois ou mais gols, dará o título. Assim como o São Paulo em 2022, Água Santa deverá entrar para segurar o resultado. Seria o maior feito do Paulistão em muitos anos, e o maior vexame da passagem de Abel no Verdão.

Talvez Bragantino e São Paulo tenham agradecido por esse jogo de ida, pois isso diminuiu bastante o nível do vexame da eliminação destes dois.

Narração

E outro ponto alto da final foi Cléber Machado. Uma narração espetacular de um ótimo profissional. Principalmente no segundo gol de Bruno Mezenga, já nos acréscimos. Cléber narrando uma decisão entre paulistas trouxe de volta grandes lembranças para o futebol deste Estado.