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Leonardo Sandre

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Copa do Mundo de Clubes: quando a tática bem planejada vence o favoritismo

No futebol, nenhum extremismo é válido, e, em um jogo único, quase tudo pode acontecer

14/07/2025 às 14:10  atualizado em 14/07/2025 às 14:14

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Copa do Mundo de Clubes registrou jogos e estratégias marcantes

Copa do Mundo de Clubes registrou jogos e estratégias marcantes | Marcelo Gonçalves/Fluminense FC

A Copa do Mundo de Clubes chegou ao fim com muitas histórias emblemáticas para contar, favoritos decepcionando e o futebol mostrando que a tática ainda é o que mais vence jogos neste esporte.

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O Chelsea venceu com méritos a Copa do Mundo de Clubes, mas não é a equipe mais forte ou que jogue o melhor futebol do mundo. Este esporte funciona também como um jogo de xadrez, e assim, Enzo Maresca, técnico do time azul de Londres, deu um verdadeiro nó tático no Luis Enrique e no time que joga (ou jogou, até então) o melhor futebol do mundo: o Paris Saint-Germain.

O time londrino se acostumou a grandes conquistas quando foi tratado como zebra: Champions de 2011/12, sobre o Bayern, a Champions de 2020/21, sobre o Manchester City, e agora, no "Super Mundial". Se defender bem e saber contra-atacar, tendo um jogador letal: Cole Palmer. Foi uma aula de estratégia e de postura dentro de campo.

Cemitério cheio de favoritos

Assim, este esporte maravilhoso, chamado futebol, permite que nem sempre o melhor tecnicamente ou mais brilhante na "arte da bola", vença. O jogo único proporciona um novo desafio a cada partida, a cada fase, e fazendo assim, o Chelsea se deu muito melhor na missão grande final.

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"O cemitério está cheio de favoritos", já diria Renato Paiva, demitido do comando técnico do Botafogo. Paris bateu Bayern e Real Madrid, mas não foi páreo para um time que era bem menos citado como favorito.

Além disso, Manchester City foi surpreendido por Al-Hilal, que também teve um jogo tático muito mais consistente e efetivo que seu adversário.

E claro, não se pode deixar de citar o Fluminense de Renato Gaúcho, que deu um banho de tática na atual vice-campeã da Europa, Inter de Milão.

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Futebol brasileiro ou europeu?

Muito criticado por parte da mídia e de torcedores que preferem não acompanhar o futebol europeu, João Pedro já vestia a camisa da Seleção Brasileira quando atuava pelo Brighton, da Inglaterra. Muitos então diziam que "convocar jogador do Brighton era o fim da Seleção". Mal sabem eles que Mac Allister, um dos destaques da Argentina campeã do mundo em 2022, era jogador exatamente deste clube.

Jogando no mesmo nível que desempenhava por este modesto clube inglês, chegou no meio do campeonato mundial e ajudou muito o Chelsea a levantar a taça. Um brasileiro protagonista no mundo e, que agora que joga em um time grande, passou magicamente a ser pedido por aqueles que antes criticavam, para ser o camisa nove titular do Brasil.

No futebol, nenhum extremismo geralmente é válido. Assim como o citado acima, outros caíram: "o futebol brasileiro é tão fraco que perderia para qualquer um europeu": comprovadamente mentira. Ou "os times brasileiros não devem nada para nenhum time europeu": errado também.

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Ironicamente, o campeão do torneio foi uma das equipes a serem derrotadas por um dos brasileiros: o Chelsea, que tomou um nó tático do Flamengo, aplicou o mesmo no Paris Saint-Germain, e assim é o futebol.

Individualidades ganham, sim, campeonatos, mas boas táticas também. A diferença é que o primeiro precisa contar com dias inspirados, enquanto o segundo precisa "apenas" conseguir seguir o que foi treinado.

Paris Saint-Germain, Bayern e Real Madrid, talvez fossem os três melhores times por estrelismo e futebol encantador presentes neste torneio. Algumas equipes que fizeram temporadas interessantes ficaram de fora: Barcelona (campeão espanhol), Liverpool (campeão inglês) e Arsenal (semifinalista da Champions League), enquanto Salzburg e Porto foram ao Mundial com forças muito inferiores.

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Entre os europeus, o Porto foi a grande decepção. Vivendo uma das maiores crises da história, hoje, é um time inferior aos quatro brasileiros que disputaram o torneio. Assim como a liga portuguesa entrega um nível tático e técnico inferior ao do futebol brasileiro.

Nos jogos importantes, os brasileiros parecem, enfim, ter colocado em prática que tática é o que mais se aproxima de conseguir igualar times com mais dinheiro. O Brasil possui grandes equipes que, se bem preparadas, podem bater de frente com quase qualquer time no mundo (tirando os três citados dois parágrafos acima).

O futebol brasileiro possui muitos problemas, como calendário e dívidas exorbitantes de muitos de seus principais clubes, mas em campo, consegue entregar um desempenho muito satisfatório com preparo. Se fossem mais capazes de segurar as estrelas e não vendê-las antes sequer de completarem 18 anos, seria ainda melhor.

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Mas ainda há clubes que se sobressaem, o que é natural. O Flamengo consegue bater o Chelsea, e o Chelsea consegue bater o PSG. Em 90 minutos, quase tudo pode acontecer, mas o preparo para a partida é crucial.

Ainda assim, o futebol do Brasil se mostrou para o mundo como capaz de entregar bons níveis, chegando perto de ao menos três das cinco grandes ligas na Europa, conseguindo despertar o debate que, para alguns, estava apagado. Não basta ser um time europeu para ser melhor que um time brasileiro, precisa realmente jogar bola. Mais do que nunca, favoritismo não ganha jogo.

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