No último domingo (14/12), o torcedor corintiano sentiu pela primeira vez o que os rivais sentiram por muitos anos: o medo, a apreensão de participar de uma disputa de pênaltis contra o Cássio no gol. E o receio se fez valer na primeira cobrança: Yuri Alberto viu o goleiro defender sua cobrança.

Mas quando tudo parecia perdido, a estrela de Hugo brilhou novamente. O goleiro, pedido por muitos na Seleção especialmente para uma eventual disputa de pênaltis, se recusou a passar batido. Aproveitou o vexame do atacante cruzeirense Gabriel Barbosa e aumentou sua vantagem de protagonista da equipe na temporada.

Após defender a cobrança seguinte, de Walace, colocou o Corinthians na final. A terceira final consecutiva da competição para Dorival Jr.

Ironicamente, o Timão volta para uma decisão eliminando nos pênaltis o goleiro mais importante da sua história, que cansou de decidir disputas de pênaltis (e jogos) para a equipe. Qualquer desfecho seria histórico, o goleiro eliminar seu ex-clube ou o contrário (que foi o que ocorreu).

Hugo talvez não seja um goleiro de Copa do Mundo ou o melhor goleiro do futebol brasileiro, mas nenhum corintiano sequer cogitaria trocá-lo por nenhum outro. O torcedor, que viu seu maior ídolo do século ir embora, jamais imaginaria encontrar um novo goleiro-herói tão cedo.

Não se pode deixar de citar também a belíssima defesa que evitou um gol monumental de voleio do Matheus Pereira.

Gabigol é decisivo

E o Gabriel Barbosa, que um dia já foi Gabi"gol", mantém sua escrita: ser decisivo em uma temporada. Desta vez, decisivo para o rival.

Reserva e com uma grande sequência de más atuações, o atacante cobrou de uma maneira que não costuma cobrar: sem dar paradinha, praticamente recuou a bola para Hugo Souza.

Há até torcedores que apontaram que ele perdeu "de sacanagem", mas, na verdade, apenas aconteceu o óbvio, com o desfecho da temporada do atacante simbolizando o que foi a temporada dele: uma decepção para a própria torcida, que fez festa no Réveillon para a sua chegada.