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Leonardo Sandre

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Manchester City mostra que, algumas vezes, dinheiro compra história

Com Guardiola no comando desde 2016, era questão de tempo para que a equipe inglesa atingisse o auge europeu com o título da Champions League

12/06/2023 às 12:16  atualizado em 12/06/2023 às 13:17

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Dono do Manchester City, o bilionário Mansour bin Zayed Al Nahya

Dono do Manchester City, o bilionário Mansour bin Zayed Al Nahya | Reprodução/Instagram @h.m.zayd

Foi preciso gastar mais de R$ 12 bilhões e esperar cerca de 15 anos, para que o Manchester City enfim, atingisse seu principal objetivo: ganhar a UEFA Champions League. Com Guardiola no comando desde 2016, a equipe inglesa demorou até mais do que o esperado para atingir o auge europeu.

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Não serei saudosista ao ponto de criticar um time que ganhou um campeonato só por ser extremamente rico. A questão é mais profunda. Nem citarei mais detalhadamente que a equipe inglesa tem dinheiro de origem peculiar até mesmo "desconhecida" entrando em seus cofres, até ai é outro fator. 

A questão é: Manchester City teve um privilégio que nenhum outro time teria condições de fazer nos dias atuais. Um dono podre de rico, que gastou até não poder mais, quase que "comprando" o troféu da Uefa Champions League. E não falo da atual temporada, afinal o City nem gastou tanto para ela. Mas sim o projeto, ano após ano, com investimentos de invejar qualquer equipe mais pobre.

A equipe trouxe Haaland, o centroavante mais badalado do mundo. Tem De Bruyne, contratado a rios de dinheiro, e já sendo o maestro da equipe há algumas temporadas, função esta que o credencia como um dos melhores jogadores do mundo. E principalmente: tem o melhor treinador do mundo, que já está no clube há sete anos. E ainda sim, foram cerca de 15 anos com altos investimentos, e seis anos com o melhor profissional técnico do planeta, para conquistar a orelhuda. O lema "dinheiro não faz gol" ou "não compra história" é até verdade. Mas quando o rico não cansa de investir, faz valer outro lema, o de "água mole em pedra dura tanto bate até que fura".

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Conquistar a Liga dos Campeões não é tarefa fácil. O próprio Guardiola não conseguiu ser campeão pelo Bayern de Munique. Nisto, o City tem seus méritos, é claro, mas optando pelo caminho mais curto e fácil. Chegou a perder, como uma grande zebra, para o Lyon em uma das edições passadas. Viu o Real Madrid virando nos acréscimos em outra edição, fazendo valer o peso da camisa. E foi vice-campeão contra o rival Chelsea - que até opta pelo mesmo caminho do bilionário City, mas de forma menos radical.

A Inter de Milão chegou como zebra, mesmo sendo o clube com mais tradição, era visivelmente inferior ao ótimo time inglês. Ainda assim, jogou melhor na maior parte da partida. Mas, depois de tanto bater na trave, o City entendeu como se devia jogar um jogo deste nível. Não teve vergonha de fechar a casinha e contar com grande atuação do goleiro brasileiro Ederson.

"Ora, mas o PSG investe sem parar e não ganhou também". Calma, muita calma. Essa crítica só será válida se nos próximos cinco ou seis anos o time de Paris seguir sem conquistar a taça. Manchester City investe há bem mais tempo que a equipe francesa. E todos tem o direito de discordar, achar que não tem nada demais um bilionário investir em clube e ele começar a ganhar tudo. Mas, para mim, é muito mais gostoso de se assistir a um time conquistando na normalidade financeira e na raça, sem optar pelo caminho do investimento exorbitante.

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Claro que, se perguntarmos para os torcedores de clubes brasileiros se eles não aceitariam que o clube tivesse um caminhão de dinheiro investido por árabes e começasse a montar um elenco estrelado, a maioria aceitaria. Mas tem clubes em todo o planeta que montaram sua história e grandeza sem precisar de investidores descomunais para isso.

Seria uma história muito mais bonita para o futebol se o City fosse campeão com Aguero no comando de ataque, David Silva no meio de campo, Zabaleta na lateral, Joe Hart no gol... aquele elenco seria uma história ainda mais memorável para ser campeão da Europa. Especialmente para Kun Aguero, na minha opinião, o maior ídolo do Manchester City, e quem merecia demais esse troféu.

Parabéns ao elenco citizen. Sou fã de Guardiola, Kevin De Bruyne, Bernardo Silva. Espero que Haaland ainda mostre muito mais, e estou empolgado com seu potencial. Mas, com cada vez jogadores mais valorizados no mercado, e salários maiores, o dinheiro é cada vez mais "definidor" do sucesso a longo prazo de uma equipe.

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