O São Paulo iniciou a Série A do Brasileirão 2023 com derrota fora de casa para o Botafogo. Perder como visitante, e jogando melhor que o adversário em boa parte do jogo, é totalmente compreensível, porém a tabela do campeonato não perdoa.

Talvez seja o primeiro Campeonato Brasileiro que o Tricolor Paulista começa com forte parte de sua torcida e profissionais da mídia colocando a equipe como candidata na luta contra o descenso. Na gestão Casares, porém, o sucesso passou longe em todas as oportunidades do Brasileirão.
Assumiu o time líder do Brasileirão 2020-21 e acabou na quarta colocação. Em 2021 fez um campeonato muito ruim e lutou contra a queda e em 2022 foi mal na maior parte e ameaçou uma recuperação no final, mas novamente sem sucesso.

• Palmeiras e Flamengo: O contraste entre o sucesso e a incompetência

Com uma reformulação no elenco e tentativa de dar cada vez mais liberdade ao Rogério Ceni - desde a montagem do elenco até decisões interpessoais -, o São Paulo não demonstrou em 2023 força para incomodar os elencos mais valiosos. Queda nas quartas do Paulistão e estreia ruim com empate na ida da Copa do Brasil ilustram isso.

Pela estreia do Brasileirão, o clube do Morumbi fez os primeiros 10 minutos de jogo totalmente tenebrosos. Foi completamente amassado pelo Botafogo, até que achou um gol em seu primeiro ataque. Após isso, em compensação, controlou o restante da primeira etapa. No segundo tempo, o São Paulo tomou o segundo gol no momento que dominava o jogo. Minutos antes do gol de Eduardo para o Fogão, o Tricolor Paulista obrigou o goleiro Lucas Perri a fazer duas defesas espetaculares. 

Falando em Lucas Perri, imagine se esse grande goleiro fosse da base do São Paulo, certamente seria um ótimo nome para enfim acabar com essa rotação de goleiros no clube. Pois é, Perri fez a base e sempre almejou ser titular do Tricolor, mas entrou em campo apenas nove vezes e deixou o Morumbi em mais um erro grotesco da direção. O goleiro, hoje no Botafogo, é bem melhor que todos os arqueiros atualmente do Clube da Fé.

Na estreia da Sul-Americana, vitória. Um primeiro tempo morno, com um péssimo começo, mas um segundo tempo com controle do jogo e definição. O São Paulo de 2023 é isso: imprevisível. A inconstância, em um campeonato de 38 rodadas, é muito perigosa.

Seja abusando de cruzamentos errados e não acertando nem os passes mais básicos na defesa e meio de campo, ou conseguindo triangular e pressionando o adversário, o que mais interessa no Brasileirão é pontuar.

A pontuação mágica para salvar do rebaixamento é de 45 pontos, e essa deve ser a meta do São Paulo, ao menos inicialmente. Caso atinja essa pontuação com rodadas de antecedência, aí então é possível sonhar com objetivos maiores.

Lesões no departamento médico, histórias de desentendimentos no elenco, jogadores criticados pela torcida, são muitos os problemas no time. E para esta edição do Brasileiro, subiram 4 campeões: Cruzeiro, Grêmio, Vasco e Bahia, ou seja, a disputa deve ser ainda mais difícil que em 2022. 

O melhor caminho é a diretoria deixar parte do orgulho de lado e reconhecer que a luta contra o rebaixamento pode, de fato, ser o primeiro objetivo para este ano.