A+

A-

Alternar Contraste

Segunda, 16 Junho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Colunistas Seta

Leonardo Sandre

Leonardo Sandre

Leonardo Sandre

Zubeldía faz pelo São Paulo o que a diretoria não teve coragem

Se a direção não foi capaz de demitir um treinador que não conseguia evoluir a equipe, coube ao próprio profissional pedir para sair

16/06/2025 às 13:05  atualizado em 16/06/2025 às 13:08

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Júlio Casares não demitiu Zubeldía, que optou por pedir para sair

Júlio Casares não demitiu Zubeldía, que optou por pedir para sair | Reprodução/Instagram

Chegou ao fim o trabalho de Zubeldía pelo São Paulo. Após uma derrota pesada e amarga contra o Vasco, dentro do MorumBis, sendo dominado por todo o tempo de jogo, o treinador argentino se despede do Tricolor Paulista.

Continua depois da publicidade

E o comandante se despede por um passo dele próprio. A diretoria não teria pulso de demitir um treinador que, evidentemente, não teria mais clima para seguir. Coube ao Zubeldía refletir e pedir para sair buscando o melhor para o São Paulo. Para Júlio Casares, presidente do clube, parece aparentar que estava tudo bem.

Assim, o então treinador tricolor fez o que a diretoria não teve coragem: fez a mudança acontecer. O treinador argentino sempre se mostrou compromissado, ter muito respeito e vontade de vencer com o clube. No momento mais crítico, teve hombridade e pensou mais no São Paulo do que a própria direção, que deveria cuidar do clube. Uma pena a ele que ser boa pessoa não lhe torna, necessariamente, um treinador mais eficaz.

Fim do trabalho

Deixa o clube sem nenhum legado tático. Sem jogadas ensaiadas, sem um grande jogador potencializado, sem deixar saudades por tantas grandes partidas, isso em mais de um ano de trabalho. Deveria ter sido demitido ainda na quinta-feira (12/6), após o revés.

Continua depois da publicidade

Não deu minutos para a base quando era o recomendado, e precisou atirá-la em um momento de teste de fogo. E a base resolveu. Principal joia do clube, Ryan Francisco marcou o último gol do São Paulo de Zubeldía, após entrar no fim da partida com poucos minutos. Ilustra bem o trabalho.

O temperamento ríspido do treinador, muito querido por alguns torcedores e jornalistas, que demonstrava vontade de vencer e comprometimento, feriu o São Paulo inúmeras vezes, com a equipe sendo comandada por Maxi Cuberas, auxiliar de Zubeldía, que tinha um desempenho desastroso.

Nos últimos 17 jogos pelo Brasileirão, Zubeldía só venceu dois. Em contrapartida, deixa a equipe invicto na Libertadores, com 14 jogos. Deixa também um time que perdeu o fator casa, que não consegue vencer dentro do próprio estádio, o tradicional e outrora assustador Morumbi. Em aproveitamento, nem foi tão ruim, ficando acima de alguns de seus antecessores, atrás apenas de Crespo e Ceni.

Continua depois da publicidade

No mais, mesmo com um trabalho aquém do esperado, o treinador não é o maior culpado. O elenco é curto, é verdade, mas pode muito mais. E a culpa principal deve ir para quem montou este plantel, que também foi quem não teve coragem de demitir o comandante e reconhecer um erro. Afinal, parece que na visão da diretoria são-paulina, eles nunca erram.

O substituto

As dívidas aumentaram, o elenco se viu diminuído, e o time foi montado pensando nas copas. Pode ter se esquecido da dificuldade do Brasileirão, campeonato em que o São Paulo vem tendo um péssimo desempenho.

Curiosamente, o último início tão ruim assim no campeonato foi com Hernán Crespo, que deve chegar para ocupar a vaga de treinador. Em um time que precisa justamente pontuar e subir na tabela, a escolha parece ser a de... optar pelo único treinador que deixou o time no Z-4 nos últimos anos.

Continua depois da publicidade

Um bom treinador, que evoluiu muito desde que deixou o São Paulo, e deixou ótimos legados ao clube, como um título Paulista de 2021, promoção de jovens da base e potencialização de jogadores como Luan e Liziero durante sua passagem. Mas que teria que voltar em outra oportunidade.

Para a diretoria, mais uma escolha óbvia e popular. Quando caiu Crespo, chegou Rogério Ceni, amado pelos são-paulinos. Ao demitirem Ceni, chegou Dorival, outra escolha simples e fácil. E agora, o ciclo vicioso se reinicia, com a diretoria indo atrás do primeiro técnico a ter sido demitido pela gestão Casares. Para evitar o rebaixamento, chegaria o técnico que foi demitido por estar no Z-4.

Ramón Díaz, demitido pelo Corinthians, está no mercado e já salvou de forma heroica duas equipes do descenso (Vasco e o próprio Corinthians). Talvez fosse a hora da diretoria admitir que o plano deu errado e focar em evitar uma queda inédita. Mas parece que Casares e Belmonte nunca irão reconhecer os erros. Vivo na Copa Libertadores e na do Brasil, resta esperar o desenrolar.

Continua depois da publicidade

Por fim, Zubeldía fez um de seus maiores acertos desde que assumiu o São Paulo: deixar o comando. Assim, mostrou comprometimento, sentir a necessidade do clube e deixar claro que o maior culpado não é ele.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados