Já pensou em ser feliz pelas próximas 24 horas, custe o que custar?

Se existisse uma pílula, um mantra ou um exercício capaz de te garantir felicidade por um dia inteiro, você toparia?

Resolvi propor esse desafio a mim mesmo: vigiar minhas conversas, pensamentos e atitudes para me manter em um estado de espírito leve, sóbrio e bem-humorado.

Mas, calma lá - "palma, palma, não priemos cânico" - não virei um daqueles coaches que dizem ter a fórmula mágica da felicidade. Sei, por experiência própria e por já estar neste mundo há mais de meio século, que ninguém é feliz o tempo todo.

Dias ruins existem - e são inevitáveis. Ainda assim, em tempos de redes sociais, a mentira da felicidade plena parece reinar. Quem vende esse ideal sempre encontra quem compre, e assim a roda segue girando.

Iludidos guiando iludidos: influenciadores que influenciam os mais influenciáveis, enquanto a felicidade, com roteiro de Hollywood, segue sendo presença confirmada.

Aprendi desde cedo que a árvore que não balança com o vento é arrancada com raiz e tudo.

Então, por que não permitir os balanços que a vida propõe? Tornar mais leves até os momentos difíceis, apenas por saber que tudo passa. Sim, porque outra certeza que vem com o tempo é justamente essa: tudo passa.

Sejamos leves na dor e eufóricos nos dias comuns. A normalidade é uma dádiva e poucos a reconhecem como tal.

Como eu gosto dos dias simples: do trânsito de São Paulo, da criança no balanço da praça, do velho dominó com velhos amigos. Da galinha de domingo, do beijo inesperado de um filho, da taça na mão, do sofá da sala, da simplicidade das mães. Sejamos simples e felizes.

E quanto ao desafio de ser feliz por pelo menos 24 horas, sem deixar que nada atrapalhe, tente. Vai, não custa nada. E pode fazer bem.