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Dias atrás, ao sair de um show de comédia às 2 da manhã, passei por uma fileira imensa de barracas vendendo flores
13/12/2025 às 03:00
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Não era aniversário da minha mulher nem Dia dos Namorados, mas uma faísca de romantismo me atravessou | Ioann-Mark Kuznietsov/Unsplash
Dias atrás, ao sair de um show de comédia às 2 da manhã, passei por uma fileira imensa de barracas vendendo flores. E pensei: por que não parar? Parei.
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Não era aniversário da minha mulher nem Dia dos Namorados, mas uma faísca de romantismo me atravessou e, quando percebi, estava comprando um lindo arranjo de rosas vermelhas para a minha amada. A história seria perfeita se acabasse aqui.
A questão é que, como hoje tudo precisa ser “instagramável”, na manhã seguinte meu gesto íntimo estava exposto ao mundo - publicado por ela como forma de agradecimento. Tudo bem; nunca fui alguém que preza tanto assim pela privacidade.
E a história também seria perfeita se terminasse aqui. Mas minha tormenta começou quando comecei a ler os comentários da postagem. A cada dez opiniões, nove diziam: “Alguma ele aprontou.” O que, claro, levou minha mulher a passar do estado de agraciada ao de desconfiada.
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Cheguei a ouvir a frase: “É melhor você me falar antes que eu descubra.” Diante da ameaça, temi e refleti: será que eu havia feito algo errado? Minha consciência, antes tranquila, passou a procurar um pecado inexistente para confessar.
Lembrei que, naquela semana, dei carona para uma humorista. Seria isso? Mas o que haveria de errado em oferecer uma simples carona?
Sob pressão, contei. Minha esposa nem se importou com a carona - mas fez uma exigência: “Para provar aos meus seguidores que você não precisa vacilar para me dar flores, quero flores toda semana.”
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Enfim, estou pensando em levar uma orquídea desta vez; na próxima, talvez um girassol… Às vezes cogito até aderir às flores artificiais, porque já ouvi por aí que flores de plástico não morrem.
(As flores de plástico não morrem.)
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