Toda semana, desde que virei colunista deste ilustre jornal, fico atento aos assuntos potencialmente relevantes, para escrever minha coluna.

E o conflito que em mim habita é: será que posso escrever sobre todo e qualquer assunto?

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Esta semana acabei tendo que abordar um tema com o qual eu não queria lidar. Mas comediante também é capaz de falar de coisa séria, e eu estou aqui para provar isso.

O inevitável assunto da semana é o julgamento. A grande mídia deste País não poupou espaço em sua programação para dar destaque a tal assunto. Um julgamento em que todos parecem ter uma opinião formada.

O assunto tomou conta de bares, portas de igrejas, recreio escolar, enfim, onde quer que eu vá, a conversa é o julgamento. Vamos, então, aos fatos.

O possível romance entre Virgínia e Vini Jr. parou o País. E todos julgam. Uns acham que pode ser um grande amor florescendo, outros acham que é oportunismo da moça e alegam ausência de beleza no nobre jogador.

Eu, que estou neste planeta há mais de meio século, já vi a história da “loirinha e o negão” se repetir várias vezes. Xuxa e Pelé talvez tenha sido o caso mais emblemático. Mas já tivemos também Alexandre Pires e Sheila Mello, Alexandre Pires e Carla Perez, Alexandre Pires e… chega, acho que já tá bom de exemplo. Vai ser fã do “É o Tchan” assim lá em outro canto.

Fui ver os comentários em postagens sobre o assunto. Vi muita gente falando que é interesse financeiro da Virgínia. Mas pro ex-marido ela deu um jatinho e vive se mimando com presentes cujo preço daria pra comprar uma casa popular. Então, não vejo verdade nisso.

Outros dizem que a loirinha ganhou projeção internacional e agora tem fama de verdade. Pode ser. Mas por que não acreditar que há um real interesse pela pessoa do Vini Jr? Ele parece ser um moço educado, de sorriso largo e, talvez, a maior esperança do brasileiro quando se fala em futebol. A moça é uma milionária que vive flertando com a futilidade, mas ambos são jovens e têm a vida pela frente para serem felizes.

E nós, meros mortais? Nós deveríamos cuidar de nossas vidas e não dar tanta importância a assuntos tão banais. Inclusive eu, que parei tudo para escrever sobre tal tema. Parece que estamos todos presos nessa armadilha da mídia que nos empurra conteúdo irrelevante e nos faz esquecer de pautas que realmente importam. Uma verdadeira prisão midiática.

E por falar em prisão, tá rolando um outro julgamento no Brasil, mas as poucas linhas que me cabem nesta coluna já foram ocupadas hoje. Quem sabe eu não falo disso na próxima? Não me julguem.