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Nem a suposta separação do jovem influencer Júlio Cocielo é capaz de frear a força da pergunta que não quer calar: quem matou Odete Roitman?
18/10/2025 às 09:30
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Débora Bloch deu vida brilhantemente a personagem Odete Roitman em Vale Tudo neste ano; remake agitou a televisão brasileira | Reprodução/TV Globo
Essa semana, apenas uma coisa importa. Apenas uma pergunta precisa ser respondida. Somente um questionamento habita as mentes insanas dos detetives de plantão.
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Quando a seleção brasileira joga e perde para o Japão, e esse absurdo futebolístico não é o assunto principal nas mesas de bares, nas rodas de fofoca e nos almoços de família, é porque algo muito mais grave assombra o País.
Tivemos ainda uma reunião entre autoridades brasileiras e o tal Marco Rubio, homem designado por Trump para conversar sobre questões de muito interesse para o governo e também para o povo brasileiro. Nem a suposta separação do jovem influencer Júlio Cocielo é capaz de frear a força da pergunta que não quer calar: quem matou Odete Roitman?
Há quase vinte e sete anos, essa pergunta tomou conta do País, e agora, em um remake da obra de Gilberto Braga e companhia, tudo foi reescrito e repensado para surpreender o público mais uma vez. Há quem diga que, quando um assunto tão banal e irrelevante como esse toma conta de um povo de maneira coletiva, acaba mostrando o quão banal é esse povo.
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Mas eu vejo de outra maneira. A gente tá tão cansado de discutir se é Bozo ou mito. Estamos tão cansados da discussão monotemática dos últimos anos. Discussão que separou amigos, famílias, que nos encheu de tanta razão que nos fez perder a paz. Discussão essa que despertou fúria em tanta gente, que acho, do fundo do coração, que precisamos de uma certa banalidade pra sobreviver a tudo isso.
Como já dizia o poeta, a gente não quer só comida… diversão e arte também são bem-vindas ao nosso cotidiano.
Quando vejo pessoas totalmente leigas opinando sobre a maestria das atrizes do passado, comparando com as atrizes de hoje, fico, de certa forma, aliviado. Fico feliz ao ver amigos comentando sobre a superioridade do talento de Beatriz Segall, a primeira Odete. E fico igualmente feliz quando vejo a Débora Bloch sendo elogiada.
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Ainda não descobri por que a minha esposa redobra a atenção e pede silêncio nas cenas do tal Cauã Reymond sem camisa. Não sei direito o que a move, mas certamente é algo relacionado à interpretação da personagem que deram para o jovem ator.
Então, viva a arte, viva o lúdico, as vilãs, os mocinhos e mocinhas, diretores, assistentes, câmeras, figurantes, figurinistas… Enfim, viva a possibilidade de, por alguns momentos, fugirmos da dura realidade de um País em crise, de tanta violência nos centros urbanos, de fugirmos ainda das dores do mundo, guerras mundo afora, gente louca e vizinhos chatos.
No momento em que escrevo este texto, às 11h desta sexta, dia 17, não sabemos quem é o assassino. Estão fazendo de tudo para despistar. Na primeira versão, foi a Leila, personagem vivida pela Cássia Kis. Dessa vez, com a promessa de um final inédito, as suspeitas caem sobre várias personagens, e como vivemos no País do palpite, aqui vão os meus: o Ancelotti não dura até a Copa, o tarifaço vai cair por terra, Cocielo volta a ser casado com a mesma mulher, e Odete Roitman está viva.
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Dessa vez, é ela quem dá a famosa “banana” e foge pra bem longe, enquanto o povo volta a discutir se é com ou sem anistia que seguiremos.
É só um palpite da minha cabeça, mas seria incrível se assim fosse. Isso me daria um status de A.M.P.F.V. — Adivinho Mestre de Pequenas Futilidades Vindouras.
Que nobre título, hein? Eu mereço.
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