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Reprodução/Facebook |
É inconcebível os ataques que tem sido feitos a Polícia Militar de São Paulo, em especial da Rota, que tem ocorrido nos últimos dias, por conta das operações na Baixada Santista. Ao depositarem dúvidas sobre a atuação dos policiais, algumas figuras públicas, analistas de segurança e também jornalistas cometem o grave equívoco de inverter a presunção de legitimidade, dando suporte para os verdadeiros responsáveis pela violência: os traficantes e que tantos males causam às famílias. Estão cometendo o condenável erro de prejulgar os policiais, numa atitude discriminatória e preconceituosa.
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Não se pode impor uma narrativa divorciada da realidade, independentemente da finalidade, atacando gravemente a reputação de um patrimônio do povo paulista, que é a sua força pública, formada por homens e mulheres, pessoas que se entregam e se sacrificam para tornar a vida em sociedade viável, possível e minimamente harmônica.
Dediquei 35 anos à sociedade na Polícia Militar, instituição para a qual ingressei aos 17 anos, seguindo os passos do meu pai, galgando os postos e encerrando minha carreira após ter a honra de comandá-la. Nessa trajetória, testemunhei a evolução e as transformações, numa verdadeira revolução silenciosa, que posiciona a força pública paulista como verdadeira referência em todo o mundo. Por isso, sinto-me na obrigação de trazer à discussão a maneira como nossas forças de seguranças estão sendo atacadas, partindo-se de uma desconfiança injusta e vil.
Na última quinta-feira, o Soldado Patrick Reis, da ROTA, foi assassinado de maneira traiçoeira e covarde enquanto realizava patrulhamento na Vila Júlia, em Guarujá, servindo e protegendo o cidadão. Sua vida foi abreviada aos 30 anos, deixando a família e amigos enlutados. Pasmem! O Soldado Reis era também um ser humano, uma pessoa como outra qualquer, com sonhos e expectativas. Seu filho, de apenas 3 anos, não terá sequer recordações de quem foi o herói que lhe deu a vida.
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Infelizmente, as agressões contra os protetores da sociedade não pararam por aí. Alguns dias após o ocorrido a Cabo Najara Gomes foi atingida ardilosamente, pelas costas, por um tiro de fuzil. O Soldado Pablo Uriel, do 8º BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), unidade que tive a honra de criar, também foi atingido por disparos de fuzil. O que nos leva a questionar: por que esses bravos soldados estão sendo alvejados? Será que estão defendendo territórios que abrangem áreas críticas, como o Porto de Santos, um ponto central no tráfico de drogas, que infelizmente transformou-se na rota para a exportação de entorpecentes na América Latina?
O Estado, afrontado, não poderia ter agido de maneira diferente, sob pena de perder sua razão existencial. Imediatamente, desencadeou uma operação para deter esses facínoras que agrediram os agentes que têm o dever de zelar pela segurança da nossa população, além de restabelecer a ordem e o controle. Diversas armas e drogas já foram apreendidas e, criminosos, presos. Evidentemente, por se tratar de território com forte presença e influência do crime, as forças de segurança foram novamente atacadas e confrontos ocorreram, alguns deles resultando em mortes de criminosos. Por mais que não desejemos a morte em ações da polícia, é necessário pontuar que a opção pelo confronto é do criminoso, que enfrenta a polícia em vez de render-se. Um soldado não está a serviço para matar, mas também não merece perder sua vida enquanto cumpre sua missão.
Como professor nas escolas policiais, posso afirmar que a motivação da nossa tropa está na justiça, pela aplicação da lei e, jamais, na vingança. Não posso compactuar com posicionamentos precipitados.
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É preciso que façamos uma reflexão no sentido de revisarmos as leis penais de nosso país. O tráfico de drogas é a raiz de muitos males, mas a impunidade é sua aliada mais perigosa. Não é aceitável que traficantes sejam soltos após uma audiência de custódia. Até quando permitiremos que essa situação perdure? Quantas mais vidas serão perdidas para tiros de fuzil?
A PM de São Paulo, covardemente atacada, é a mesma que realiza partos, promove salvamentos e desenvolve trabalho comunitário em comunidades carentes. É necessário unir esforços para atacar a raiz do problema, modificando o ordenamento jurídico e protegendo não só a sociedade, mas também aqueles que estão dispostos a sacrificarem suas vidas pelo espírito público. Eles merecem todo o apoio e, principalmente, o respeito.
A memória do Soldado Reis e a de todos os outros que deram suas vidas em serviço, ou em razão dele, merece mais do que palavras vazias. Devemos transformar nossa tristeza em ação, nossa indignação em mudança e nosso respeito em uma reafirmação da importância vital das forças de segurança para a nossa sociedade. Que essas palavras ecoem como um chamado à reflexão, à reforma e, acima de tudo, ao respeito pela vida e pelo trabalho destes bravos profissionais que juraram proteger e servir.
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Respeitem a ROTA e a todos aqueles que defendem a sociedade com o sacrifício da própria vida!!!!
*Coronel Salles é vereador em São Paulo pelo PSD e ex-comandante geral da Polícia Militar
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