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Medida teria o condão de combater a fome no Brasil e no mundo, além de contribuir com a redução das emissões de gases causadores do aquecimento global
24/11/2023 às 13:05 atualizado em 24/11/2023 às 13:18
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Proposta prevê de conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas para a produção sustentável de alimentos | Divulgação/Sato_Leilões
O Governo Federal deve levar à Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP 28) uma proposta ousada de conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas para a produção sustentável de alimentos. A área é equivalente à de 40 milhões de campos de futebol e sua utilização mais eficiente pode evitar o desmatamento de novas áreas de floresta. A medida teria o condão de combater a fome no Brasil e no mundo, além de contribuir com a redução das emissões de gases causadores do aquecimento global.
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Os últimos detalhes do projeto foram alinhados pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, com a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, no último dia 13. A iniciativa é considerada o maior programa de produção sustentável de alimentos do mundo.
Fávaro apresentou dados preliminares durante visitas à Alemanha, Índia, Indonésia, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Coreia do Sul e Japão. O programa deve durar dez anos e a ideia é buscar apoio de investidores estrangeiros.
Segundo o Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas, o investimento necessário seria de R$ 105 bilhões. E esse valor refere-se apenas à Amazônia Legal.
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Nos últimos 20 anos, as áreas de pastagem cresceram 40% na Amazônia. Como resultado, o bioma concentra a maior parcela dos pastos no País, com 36% do total. E mais da metade dessa área está degradada ou em processo de degradação.
E esse é o principal problema da pecuária brasileira, porque uma pastagem degradada diminui a produtividade do rebanho. Com isso, o gado demora mais tempo para atingir o peso ideal para o abate.
Além do prejuízo a pecuaristas, consumidores e à economia do País, quanto mais tempo o bovino permanece no pasto, mais metano ele emite. E o metano é um dos principais vilões do aquecimento global.
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Nos nove estados que compõem a Amazônia Legal, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia são os que concentram os maiores níveis de degradação. O Acre tem o menor índice, com 22% em estágio moderado ou severo de desgaste.
E o estudo da FGV mostra que a restauração gera retorno financeiro. Para recuperar um hectare em estado moderado de degradação na Amazônia Legal, o custo é de R$ 1.330,66. Em estágios mais avançados, o investimento sobe para R$ 1.904,02.
Mas, as receitas advindas do processo de recuperação seriam de até R$ 2.764,34 por hectare. Esse cálculo leva em consideração o preço da arroba do boi gordo calculado pela Escola de Agricultura da USP em 2022.
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A degradação acontece basicamente pela falta de conhecimento científico por parte dos produtores rurais, que se reflete em práticas inadequadas de manejo do solo, do capim e dos animais.
Nos últimos 50 anos, o Brasil teve um incremento de 140% na área de produção, enquanto o aumento de produtividade foi de 580%, graças à pesquisa e à ciência. Isso permitiu que o País deixasse de ser importador de alimentos para se tornar um dos maiores exportadores do mundo.
A COP 28 começa na próxima quinta-feira e vai até 12 de dezembro, nos Emirados Árabes. O encontro vai debater o combate ao aquecimento global. O Brasil levará a maior comitiva da história, com 2.400 inscritos, entre representantes do governo, cientistas, representantes da sociedade civil e empresários. A COP 28 reunirá líderes de mais de 190 nações.
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Desastres climáticos...
A 5ª Avaliação Nacional do Clima, divulgada pelo Governo dos Estados Unidos, revelou que os estragos causados por eventos climáticos extremos já custam 150 bilhões de dólares por ano ao País. Aproximadamente 500 cientistas subscrevem o documento oficial.
...em números
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Publicado no dia 14, o documento revelou, também, que no período entre 2018 e 2022, os Estados Unidos registraram 89 desastres climáticos de grandes proporções, com custo de ao menos 1 bilhão de dólares. Isso significa que o País teve um evento climático extremo a cada três semanas nos cinco anos analisados. Na década de 1980, a média era de um desastre climático de grandes proporções a cada quatro meses...
Ofertas na feira
Abacate margarida, coco verde, lima-da-pérsia, mamões formosa e papaia, melão amarelo, abóboras japonesa, moranga e paulista, berinjela, beterraba, mandioca, mandioquinha, pepinos caipira e comum, cebolinha e milho verde fecharam a semana com preços em queda na Ceagesp, a principal central atacadista de alimentos in natura da América do Sul.
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Filosofia do campo:
“Eu continuo pensando em modificar o mundo, e acho que a literatura tem grande importância nisso”, Jorge Amado (1921/2001), escritor baiano.
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