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A atual Praça Cel. Esmédio no ano de 1926 | Domínio Público
A foto mostra a atual Praça Cel. Esmédio no ano de 1926, o que nos dá uma noção aproximada de como era a cidade de Porto Feliz na época dos fatos que passamos a narrar. Verificando as informações oficiais do ano de 1922 encontramos importantes dados relativos a Porto Feliz.
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Consta que naquele tempo a cidade tinha por volta de 770 (setecentos e setenta) prédios e que sua economia girava em torno do cultivo da cana de açúcar, café, algodão em larga escala, fumo e cereais. A população total na época somava 17.392 habitantes, com cerca de 4.000 moradores na zona urbana.
Porto Feliz tinha, em 1922, apenas 165 eleitores que participavam da eleição da Câmara de Vereadores, vez que a primeira eleição direta para Prefeito Municipal somente ocorreu no ano de 1936. Ressalte-se que a eleição direta para prefeito nas cidades brasileiras foi instituída por Getúlio Vargas por meio da Constituição Federal de 1934, mas em Porto Feliz essa eleição somente aconteceu em 1936.
A cidade era sede da Comarca, suas ruas eram tortas e as casas eram térreas. As indústrias de Porto Feliz trabalhavam na mineração de açúcar, descaroçamento de algodão e fabricação de aguardente. A flora local continha, na maior parte, guarantã, peroba, canela, cedro e massaranduba. A fauna era povoada por pacas, perdizes e capivaras.
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Em 1922 o Prefeito (eleito indiretamente) era o Cel. Eugênio Euclides Pereira da Motta, o Vice-Prefeito era o Sr. José Gibim e o Secretário Municipal era o Sr. Virgilino de Oliveira Santos. A Câmara Municipal tinha como Presidente o Sr. Boanerges de Albuquerque, como Vice-Presidente o Sr. Mário Pedro Vercelino, como Secretário o Sr. Virgilino de Oliveira Santos (o mesmo secretário da Prefeitura Municipal), e como Vereadores os senhores Boanerges de Albuquerque, Eugênio Motta, Mário Pedro Vercelino, José Gibim, Deoclécio Deocleciano Alves, Antônio Luiz de Castro e Vicente Guarini.
Observem que o Cel. Eugênio Euclides Pereira da Motta, então Prefeito Municipal, e o Sr. José Gibim, então Vice-Prefeito Municipal, também eram Vereadores! Essa situação política somente alcançou o modelo atual em Porto Feliz a partir da eleição de 1936, quando a cidade teve, pela primeira vez, a figura do Prefeito Municipal tal qual é conhecida modernamente, isto é, eleito pelo voto direto da população, para ser exclusivamente o Chefe do Poder Executivo.
Em 1922 o Coletor Federal em Porto Feliz era o Sr. Adolpho Pottel; os únicos Advogados eram o Dr. Theóphilo Ottoni Pereira da Motta e o Dr. Samuel Alves Martins (que ocupava o cargo de Promotor Público). Eram Fiscais Municipais os senhores José Maurício de Oliveira e Joviano Rodrigues de Camargo. Era Zelador e Porteiro da Câmara o Sr. Sylvio Alves de Moraes; era Aferidor Interino o Sr. Virgilino de Oliveira Santos e era Amanuense o Sr. Achilles Jorge de Oliveira.
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Amanuense era o funcionário de uma repartição pública encarregado de fazer cópias de textos e registros à mão e de cuidar da correspondência. Naquele tempo era Juiz de Direito da Comarca de Porto Feliz o Dr. Alcebíades Draco de Albuquerque; era Promotor Público o Dr. Samuel Alves Martins; era Contador do Juízo o Sr. José Manoel Antunes e o Sr. Benedicto de Almeida Leite era Oficial de Justiça.
O Delegado de Polícia era o Dr. Arcílio Borges de Almeida, que tinha como Delegado Suplente o Sr. José Martins Bastos e como Escrivão o Sr. Luiz Antônio de Carvalho Filho. A instrução escolar em Porto Feliz tinha o médico Dr. José Sacramento e Silva como Inspetor Geral. Além da Escola Municipal (atual Escola Cel. Esmédio), existiam as seguintes escolas isoladas: Escola do Bairro Rodrigo Silva – dirigida pela Professora Albertina Pereira Lima; Escola da Água Salgada – dirigida pela Professora Esther Caldeira; Escola do Engenho D’Agua – dirigida pelos Professores Maria Luiza Arzolla e Luiz Moreau de Camargo; Escola das Paineiras – dirigida pela Professora Maria Carmella Rondó; Escola do Sete Fogões – dirigida pela professora Maria do Carmo Moura e Escola do Piquirá – dirigida pelo Professor Carlos José da Costa.
Existia na cidade a Collectoria Estadual que tinha como Collector o Sr. Izaltino Gonçalves Rosa e como Escrivão o Sr. Abel da Silva Sodré. A Caixa Econômica tinha como Encarregado o Sr. Theophilo Ottoni Pereira da Motta. A Collectoria Federal tinha como Collector o Sr. Frederico Brand e como Escrivão o Sr. João Cardoso de Oliveira.
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O Agente do Correio era o Sr. José Fernandes de Camargo que tinha como Estafeta o Sr. José Alves da Rocha. Em 1922 existiam em Porto Feliz o Teatro Municipal da Barra Funda e o Cine Central, bem como o Jornal “O Novo Porto”. As associações existentes naquela época eram: Clube Recreativo Progresso (que posteriormente se tornou o Clube Recreativo Familiar); Associação São Vicente de Paula; Esporte Clube União; Esporte Clube Operário Araritaguaba e as Bandas de Música: Corporação Musical Eutherpe Porto-Felicense e Corporação Musical União. Ressalte-se, de acordo com os fatos, que em 1922 o Município de Porto Feliz viveu momentos políticos tristemente marcados pela incompreensão e pela violência! Foi um dia na história passada / Desta gente que alegre se diz / Bandeirantes que daqui partiram / Encheram de glórias o Porto Feliz!
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