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O fogão à lenha é um artefato que remonta aos tempos mais antigos | Domínio Público/reprodução/Reinaldo Crocco Júnior
A foto que ilustra esta coluna mostra como era o antigo, saudoso e sempre útil fogão à lenha, em uma época que não existia nas pequenas cidades interioranas, do porte de Porto Feliz, os modernos fogões a gás ou elétrico.
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O fogão à lenha, na verdade, é um artefato que remonta aos tempos mais antigos, quando o homem começou a dominar o fogo e deixou de ser nômade.
Os primeiros fogões que se têm notícia eram buracos cavados no chão, nos quais se colocava o fogo e as panelas por cima das chamas, apoiadas em pedras, com o objetivo de cozinhar a caça. Com o passar dos anos o homem foi inventando outras maneiras de fazer com que a tarefa de cozinhar alimentos ficasse mais fácil, aprimorando o local de cozinhá-los.
Dessa forma inventaram o fogão de barro; posteriormente de pedras; tijolos; metal; até chegar aos modelos atuais, que são modernos e movidos a gás ou eletricidade.
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Entretanto para se chegar ao artefato que conhecemos atualmente, muitas transformações aconteceram ao longo dos anos, seja na fabricação do fogão, ou na forma de moradia dos homens.
Antigamente nas grandes fazendas de café, existiam as enormes fornalhas que eram responsáveis pelo cozimento dos alimentos servidos aos trabalhadores. O fogão à lenha era um artefato para a casa grande, no qual se cozinhava para as famílias mais abastadas e durante muitos séculos o fogão à lenha foi companheiro das mulheres que eram responsáveis pela alimentação das famílias.
O velho fogão à lenha era muito valioso para esquentar a água utilizada nos banhos de bacia e, posteriormente, para a colocação da água em baldes, que faziam o papel de chuveiro aquecido. Em Porto Feliz e na quase totalidade das cidades do interior, era comum preparar o angu de fubá, a mandioca, ferver o leite e fazer a fritura de todas as carnes para acondicionamento em latas, submersas em gordura, pois dessa forma os alimentos eram preservados devido à falta da geladeira.
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O antigo fogão à lenha mantinha sua chapa aquecida durante o dia inteiro e assim preservava o calor do café e dos alimentos ali colocados.
Atualmente o fogão à lenha é encontrado em vários locais que têm o turismo rural como atração e fonte de renda, reconquistando, assim, o seu valor.
Os porto-felicenses mais antigos e aqueles que foram criados na roça sabem da grande utilidade que o fogão à lenha teve para as famílias e o quanto era útil para várias finalidades.
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Importante ressaltar que por conta do fogão à lenha existiram em Porto Feliz as antigas “lenheiras”, local onde se armazenava a lenha devidamente cortada para ser utilizada nos fogões. Essa lenha era comercializada e transportada para as residências dos compradores, por meio de carroças, e eram depositadas na calçada ou então no quintal da pessoa interessada.
Em Porto Feliz as “lenheiras” mais famosas foram aquelas dirigidas pelo Sr. Gentil Morro, que era localizada na atual Rua Domingos Maurino e aquela sob direção do Sr. Adolpho Fernandes de Camargo, que era localizada na Rua Cônego Belotti.
O antigo e saudoso fogão à lenha que testemunhou muitas lutas e muitas transformações dos povos, estará sempre preservado na lembrança e na saudade de todos aqueles que dele desfrutaram nos seus velhos e poéticos tempos! Oh linda Terra de Araritaguaba / Das noites enluaradas / A reviver nas bandeiras / As tuas glórias passadas!
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