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Pauta da semana

Educar é sempre prevenir

O tema tem sido motivo de briga política e discussões ideológicas, porém é preciso entender que a educação sexual não é ensinar o menor a praticar sexo

Bruno Hoffmann

21/08/2020 às 18:16

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Em cinco anos, brasileiros nunca estiveram tão infelizes

Em cinco anos, brasileiros nunca estiveram tão infelizes | Pixabay/Pexels

É triste, doloroso, chocante, revoltante, mas infelizmente é mais comum do que pensamos. Quando um caso de violência sexual contra crianças é divulgado na imprensa, centenas de outros acontecem bem perto de nós. Dados do Ministério da Saúde mostram que a cada seis horas, em média, uma menina entre 10 e 14 anos chega a um hospital com quadro de aborto após abuso.

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A notícia de que uma criança de apenas 10 anos estava esperando um bebê após um estupro, no Espírito Santo, deixou muita gente abismada, ainda mais porque o suspeito era alguém da família da vítima.

As estatísticas mostram que a menina de 10 anos que esta semana virou notícia vive situação parecida com outras tantas crianças que não estão seguras dentro de suas próprias residências. Pelo menos 73% dos crimes sexuais cometidos contra menores aconteceram dentro de casa, segundo levantamento de 2019 do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Se é dentro do ambiente em que a criança deveria se sentir mais segura que a violência ocorre, em qual local ela poderia ser orientada sobre o que é certo e errado em relação à sua intimidade e ao seu corpo? Esse é um dos motivos pelos quais muitos especialistas apoiam e lutam por inserir a educação sexual nas escolas. O tema tem sido motivo de briga política e discussões ideológicas nos últimos anos, porém é preciso entender que a educação sexual não é ensinar o menor a praticar sexo.

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Provavelmente, quando foi atacada pela primeira vez, aos seis anos de idade, a criança abusada no Espírito Santo não tinha a mínima noção do que estava acontecendo, do que se passava naquele momento. Assim, abusadores se aproveitam da inocência e falta de conhecimento das vítimas e fazem ameaças às crianças, fazendo com que se sintam culpadas, acuadas e confusas.

Educação sexual é muito mais do que ensinar a usar método anticoncepcional. Em um país no qual poucas pessoas têm instrução suficiente para orientar os filhos sobre sua sexualidade, e sexo é tratado como tabu, ainda teremos muitas crianças sofrendo à sombra da ignorância. Encontrar na escola o conhecimento e orientação correta poderia salvar milhares de meninas que vivem situação de violência e em muitos casos acabam sendo mães precocemente. O conhecimento sempre salva vidas e, nesses casos, poderia significar uma vida realmente digna para gerações inteiras.

 

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