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Movimentação em sala de aula de escola em São Paulo | Moacyr Lopes Júnior/Folhapress
Há mais de seis meses, cerca de um milhão de crianças e jovens paulistanos estão afastados do ambiente escolar por conta da pandemia do coronavírus. O ensino remoto se mostrou ineficaz em uma cidade com tantos contrastes e realidades tão distintas. É consenso que a chegada súbita de uma pandemia gerou impacto sem precedentes em várias áreas, como a saúde e a economia.
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Com as escolas fechadas, o prejuízo para a educação também foi inevitável – porém, era preciso proteger a saúde dos alunos e de suas famílias enquanto os casos da doença só avançavam. Problema é que a pandemia durou muito mais do que todos imaginavam e, se o vírus não vai embora tão cedo, teremos que conviver com ele até a chegada da vacina. Neste cenário fica difícil definir qual o melhor momento para reabrir as escolas.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) sabe que qualquer decisão que tomar poderá render aplausos e, sobretudo, críticas, e essa última é tudo que um candidato à reeleição não quer em ano de campanha. Nesta semana, Covas anunciou a reabertura das universidades e prometeu uma decisão sobre as escolas municipais no início de novembro, faltando 30 dias para o término do ano.
Para o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, “um mês de aula presencial é melhor do que nenhum”. Os pais e professores não concordam. Pesquisas realizadas pela própria prefeitura mostram que a maioria não deixaria seu filho ir à escola enquanto não for seguro.
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Em outras capitais pelo mundo, a volta às aulas presenciais gerou novos surtos da doença. Foi assim em Seul, na Coreia do Sul, e em Paris, na França, onde escolas tiveram que ser fechadas logo após reabrirem. A Itália, que registrou os piores índices de covid-19 em determinados momentos da pandemia, ainda estuda uma forma segura de reabrir as instituições de ensino.
Não é uma decisão fácil de ser tomada, mas adiá-la pode deixar ainda mais à deriva as perspectivas de futuro dos alunos paulistanos. Um gestor precisa ter coragem e responsabilidade e a eleição não pode ser desculpa para decisões titubeantes, que parece ser até o momento a opção que Covas vem tomando.
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