Luiz
Publicado em 17/12/2019 Ã s 13:31
Atualizado em 17/12/2019 Ã s 13:32
Graças ao ministro do meio-ambiente, Ricardo Salles, o Brasil saiu menor da Conferência do Clima da ONU (COP25), encerrada no último fim de semana, do que quando entrou. Antes mesmo de chegar a Madri, onde se deu o encontro, o chefe da delegação brasileira abriu mão da presença voluntária de especialistas, prática que tem sido adotada há pelo menos 20 anos sem custos para o Estado.
Na ausência dos técnicos capazes de trazer subsídios importantes às decisões políticas e com uma postura arrogante, a participação brasileira foi um desastre marcado pelas tentativas incessantes e pueris de Salles para arrecadar recursos. Como bolsonarista de primeiro escalão, a estratégia do ministro brasileiro transitou ora pela chantagem (como quem diz: "se não repassarem recursos, vamos acabar com a Amazônia"), ora pela disseminação de fake news (afirmando, por exemplo, que não houve aumento do desmatamento).
É certo que o acordo de Paris, firmado em 2015, prevê que os países desenvolvidos aportem recursos para países em desenvolvimento que cumprirem metas de redução de emissão de CO2. No Brasil, diga-se de passagem, estas metas eram bastante modestas e bastaria que o País respeitasse suas próprias leis, como coibir o desmatamento ilegal; ampliar o uso de biocombustíveis ou recuperar algumas áreas, para que fossem alcançadas, mas não foram. Pelo contrário, em 2019, o mundo inteiro assistiu atônito ao aumento das queimadas e do desmatamento em solo brasileiro, o que se tornou impeditivo para que o País receba tais recursos, ainda que Salles negue.
A mendicância do ministro de Bolsonaro chegou ao cúmulo quando ele ousou, ainda na COP, passar o chapéu em comissões que sequer tratavam de questões financeiras. Ao tentar explicar sua postura arrogante e contraditória, o ministro brasileiro afirmou que estaria negociando novas regras com países doadores, como a Alemanha por exemplo, que rapidamente veio à público desmentir o pedinte engravatado. Isso tudo depois de abrir mão de R$ 3 bilhões em recursos do Fundo Amazônia.
*Nilto Tatto é deputado federal pelo PT por São Paulo
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