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Política

O novo jogo de Alckmin

Sua estratégia para transmutar o chumbo do desejo em ouro do exercício de mandato reside no entrelace político entre figuras como França, Skaf e Kassab

Bruno Hoffmann

26/07/2021 às 12:23

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Geraldo Alckmin (PSDB) é ex-governador de São Paulo

Geraldo Alckmin (PSDB) é ex-governador de São Paulo | Marcelo Chello/CJPress/Folhapress

Geraldo Alckmin ocupou durante vinte anos o Palácio dos Bandeirantes, antiga propriedade do Conde Francisco Matarazzo e hoje sede do Governo Paulista, tanto na condição de Vice-Governador, como de Governador em exercício e Governador eleito; agora, pretende novamente lançar-se ao comando do executivo estadual. Trata-se de uma postulação essencialmente personalista com uma pitada de revanchismo, já que não há clamor popular ou partidário ao seu retorno. Tanto que estará em breve abandonando o PSDB, a agremiação em que edificou a maior parte de sua carreira e sucesso político para provavelmente ingressar no PSD, por justamente acreditar que não vencerá as prévias contra Rodrigo Garcia, o tucano de plumagem recém-adquirida.

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Sua estratégia para transmutar o chumbo do desejo em ouro do exercício de mandato reside no entrelace político entre figuras como Márcio França, Paulo Skaf e Gilberto Kassab. Portanto, em 2022 o PSDB concorrerá ao Governo do Estado de São Paulo com dois candidatos, um dentro e outro fora do partido, o que, dada à devida proporção e adequação memorial, nos faz rememorar o período em que nos eram impostas as famigeradas legenda e sublegenda.

Geraldo, conhecido pela preferência em postar-se próximo à meia-lua aguardando pacientemente a chegada da pelota, enfrentará João Doria, o líbero que corre incansavelmente por toda a extensão do campo durante os noventa minutos de partida. Importante salientar que, mesmo liderando a pesquisa realizada pela empresa GovNet & Opinião Pesquisa em parceria com a Gazeta de São Paulo e Diário do Litoral, Alckmin ostenta índices de intenção de voto poucos confortáveis e detém tamanho eleitoral semelhante ao de Doria, o que ocasionará possivelmente a igualdade técnica entre ambos (Geraldo X Rodrigo) até meados do segundo tempo.

Contudo, a mesma resenha vale ao campo da esquerda, antes monopolizada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o qual doravante terá que disputar as preferências com o PSOL, capitaneado pela figura de Guilherme Boulos, o novo ícone da rebeldia libertária juvenil. Ou seja, com Alckmin, Garcia, Haddad e Boulos, poderemos nos tornar testemunhas oculares da circunstância inédita de empate quádruplo na disputa pela sucessão governamental na terra dos bandeirantes. Além disso, tal como existe a aspiração em âmbito nacional, não devemos desconsiderar o surgimento de uma terceira via que consiga romper com a polarização histórica para se inserir na contenda sufragista. Em outros termos, “nunca antes na história desse Estado” uma disputa esteve tão aberta e com o final imprevisível como nesse momento.

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Os velhos arquétipos que produziam prognósticos confiáveis se desmancharam no ar diante do aparecimento de esquemas táticos mais modernos, dinâmicos e imprevisíveis. Na eleição de 2018, mesmo possuindo de longe a maior estrutura do pleito, Geraldo Alckmin amargou 4,76% dos votos depositados na urna, ficando abaixo da quarta posição em oito entes federativos; Jair Bolsonaro sem tempo de televisão no horário eleitoral gratuito e filiado a um partido nanico, com 46,03%, quase venceu no primeiro turno; os altos níveis de desaprovação entre os paulistanos não impediram João Doria de bater Márcio França no escrutínio.

Dessa forma, como aconselhei um amigo que pretende disputar uma eleição suplementar - “precisamos redefinir a forma como dialogamos com a população, repensar as ações que nos transforma em lideranças, requalificar o debate e reconstruir os pilares que unem a sociedade à sua representação institucional”. Principalmente, necessitamos captar os sinais e ruídos vindos de fora e compreender que antes de tornar-se a doença, o bolsonarismo era o sintoma febril. De resto, vamos em frente que atrás vem gente.

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