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ELEIÇÕES 2022

Campanha de Bolsonaro tenta atrair militares e resgata aliados

Presidente deu papel de protagonismo ao ex-ministro Walter Braga Netto, cotado a vice, para manter a proximidade com militares

MARIANNA HOLANDA E MATHEUS TEIXEIRA, da Folhapress

Publicado em 21/06/2022 às 12:43

Atualizado em 21/06/2022 às 12:53

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Presidente Jair Bolsonaro (PL). / Marcelo Camargo/Agência Brasil

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) resgatou antigos aliados e deu papel de protagonismo ao ex-ministro Walter Braga Netto, cotado a vice, para manter a proximidade com militares.

General de quatro estrelas, hoje na reserva, Braga Netto deixou a Defesa em abril e se filiou ao PL para compor chapa com Bolsonaro.

Ele tem sido usado por políticos próximos ao mandatário para trazer a ala militar do bolsonarismo para perto dos aliados do centrão, que hoje tocam o dia a dia da campanha.

O general tem participado de reuniões do comitê, como mostrou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, e ficou responsável pela construção do programa de governo. Segundo aliados, caberá a ele reunir dados de entregas dos ministérios e apresentar um planejamento da administração para os próximos quatro anos.

Mas a presença de Braga Netto na vice de Bolsonaro ainda não está garantida. Os partidos do centrão intensificaram pressão para que ele indique a ex-ministra Tereza Cristina (PP) para o posto.

Bolsonaro também resgatou o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten para tentar apaziguar a disputa entre duas alas da campanha: a mais profissional, comandada pelo centrão, e a das redes sociais, sob a tutela do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

O fiador do retorno de Wajngarten foi o filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é coordenador-geral da campanha e, segundo relatos, todas as decisões passam por ele.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, compõem com Flávio a coordenação da campanha. As reuniões tendem a ocorrer semanalmente ou a cada 15 dias.

Bolsonaro tem se envolvido pouco nas decisões internas do QG da reeleição, de acordo com aliados.

Outros nomes que ganharam relevância na campanha são o da advogada Caroline Maria Lacerda e o do ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Tarcísio Vieira de Carvalho Neto. Ambos atuam na área jurídica.

Aliados do centrão também delegaram a pessoas próximas papéis importantes na estrutura montada para auxiliar Bolsonaro em seu projeto de reeleição.

Para a parte operacional das agendas e dos materiais de campanha, Ciro Nogueira convocou o empresário José Trabulo Júnior.

Diretor de Operações e Abastecimento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ele já coordenou campanhas do piauiense e deve se afastar do cargo para trabalhar para Bolsonaro, segundo o Painel.

Além dele, outro nome que deve ajudar na logística da campanha é José Medeiros Nicolau, mais conhecido como Zezeco.

Atual secretário-executivo adjunto do Ministério do Turismo e ex-prefeito da Barra de São Miguel (AL), ele é filiado ao PP e próximo ao centrão.

Ele conquistou o espaço no comitê bolsonarista também pela proximidade com o ex-ministro do Turismo e pré-candidato a senador por Pernambuco Gilson Machado (PL).

Machado, por sua vez, não integra o núcleo da campanha, mas costuma dar palpites na área de comunicação
Esse tema, aliás, é o que tem causado as principais divergências. Carlos Bolsonaro já tornou públicas suas críticas à comunicação. Hoje há pelo menos três pessoas envolvidas no setor: Duda Lima, Sérgio Lima e Wajngarten, além da própria equipe de Carlos.

As investidas de Carlos, segundo interlocutores, não são personalizadas à figura de Duda Lima, o marqueteiro do partido que fez as inserções de TV do presidente. O problema é que o filho 02 sempre se opôs à ideia de seguir as estratégias eleitorais clássicas.

Por outro lado, aliados do presidente têm a avaliação de que este ano será diferente de 2018 e que Bolsonaro precisará de ferramentas tradicionais, como tempo de rádio e TV e recursos do fundo partidário, se quiser continuar no Palácio do Planalto.

Duda Lima tem ligação histórica com o PL e é próximo de Valdemar. Ele já atuou em outras campanhas do partido.

Há resistência no entorno de Bolsonaro em admitir que ele faz uso também de marketing político tradicional, uma vez que isso destoa do discurso de outsider que sempre adotou.

Também por isso esses papéis não são tão definidos como nas demais campanhas.

Recentemente questionado por jornalistas sobre as críticas do seu filho vereador, Bolsonaro disse: "O Carlos é uma pessoa que é meu filho. Ele foi meu marqueteiro em 2018, [Neste ano] Continua sendo ele".

Enquanto o vínculo de Duda com Bolsonaro se dá via Valdemar e é recente, Sérgio Lima e Wajngarten já são antigos aliados.

O primeiro atua na parte de estratégias de comunicação. Foi um dos que tentaram criar a Aliança Pelo Brasil, partido de Bolsonaro que não saiu do papel.

Ele é sócio conselheiro da agência Nova SB e em 2018 trabalhou na campanha do deputado General Peternelli (União Brasil-SP).

Já Wajngarten é o mais novo integrante do time. Aliado de primeira hora que trabalhou na campanha presidencial há quatro anos, ele deixou a Secretaria de Comunicação da Presidência no ano passado, após desgastes internos no Planalto e em ministérios estratégicos.

Seu papel formal no governo ainda não foi definido, mas é provável que atue como assessor especial, como o próprio Bolsonaro disse na segunda-feira (13).

De volta a Brasília, a expectativa é de Wajngarten tente fazer pontes entre o governo, a campanha e os veículos de comunicação, principalmente as emissoras de televisão, a exemplo do que fez em 2018.

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