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Cotidiano

Eleito governador de SP, Doria atropelou aliados para virar cacique tucano

Ao longo da campanha para o governo, Doria se descolou de Alckmin e tentou colar sua imagem à de Jair Bolsonaro (PSL). Por Folhapress

28/10/2018 às 22:21

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Em dois anos acelerados, o empresário João Doria virou prefeito da maior capital do país, tentou ser candidato a presidente e renunciou à prefeitura para disputar a vaga de governador paulista. Ao vencer, se firma como o principal herdeiro do espólio de um PSDB arrasado. 

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Para chegar onde está, Doria atropelou inimigos e até aliados, o que incluiu seu padrinho político, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Vitorioso, trabalhará para assumir o controle do partido, isolando Alckmin e outros velhos caciques.

Ao longo da campanha para o governo, Doria se descolou de Alckmin e tentou colar sua imagem à de Jair Bolsonaro (PSL).

No primeiro turno, veladamente; e depois, no segundo, passou a andar por aí vestido com a camisa Bolsodoria, a junção dos nomes dos dois candidatos. 

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O contido Alckmin chegou a estourar durante uma reunião do tucanato, em que insinuou que Doria era traidor. O gesto marcou o rompimento que já vinha se anunciando desde que o tucano assumiu a prefeitura. Além de Alckmin, quatro ex-secretários da gestão de Doria hoje são fortes críticos ao estilo dele.

Um dos motivos era a obsessão, enquanto prefeito, em criar vitrines políticas relâmpago. O objetivo era tomar o lugar de Alckmin como candidato à Presidência do partido, que acabou abortado após ele não decolar nas pesquisas.

Pouco tempo antes, o então governador havia bancado a candidatura de Doria a prefeito de São Paulo contra o desejo dos demais caciques do PSDB. Doria venceu, mas o partido saiu rachado -um dos postulantes à vaga, Andrea Matarazzo, deixou a sigla . Outros sairiam depois. 

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Vestido de gari, Doria transformou a prefeitura num grande reality show, em que obrigava o secretariado a usar uniformes e varrer as ruas.

Apesar disso, a zeladoria piorou na sua gestão. Outras vitrines também se estilhaçariam –literalmente, no caso de um muro de vidro colocado na USP.  Doria chegou a declarar o fim da cracolândia durante uma ação, mas pouco avançou em relação ao problema. A principal marca do primeiro ano de Doria foi o programa Corujão da Saúde –que prevê a contratação de exames da iniciativa privada, com objetivo de diminuir a fila de espera.

Após declarar a fila zerada no início do programa, a demanda de exames voltou a crescer. Além disso, de acordo com o TCM (Tribunal de Contas do Município), ele cumpriu promessa realizar exames em no máximo 60 dias.

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Posteriormente, Doria passaria a investir todas as fichas –e R$ 550 milhões– em um programa de grande visibilidade de pavimentação de ruas, o Asfalto Novo. Só para propagandear o programa às vésperas da eleição para o governo, ele gastaria mais quase R$ 30 milhões. 

A gestão de Doria também foi marcada por escândalo de corrupção em licitação bilionária da iluminação, caso em que Doria se tornou réu. 

Recentemente, ele foi condenado em primeira instância à perda dos direitos políticos, em ação civil por improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público. Neste caso, a acusação sustenta que o tucano usou o slogan "SP Cidade Linda", de um programa de zeladoria, para promover a própria imagem.

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Ele ainda responde a outras ações na Justiça. Empresário, casado com a artista plástica Bia Doria, com quem tem três filhos, o paulistano declarou ter patrimônio de R$ 189 milhões ao registrar sua candidatura, em agosto.

Doria se ergueu no setor privado e se tornou conhecido pela atuação no Lide (Grupo de Líderes Empresariais), uma organização com mais de 1.700 associados que promove encontros com lideranças empresariais e políticas.

Ele ficou famoso como apresentador de televisão –na Record, comandou reality show O Aprendiz nas temporadas de 2010 e 2011.

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Antes disso, nos anos 80, foi presidente da Paulistur, estatal de turismo, na prefeitura de Mario Covas. Ele também foi presidente da Embratur no governo de José Sarney (MDB). 

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