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O pico de congestionamentos na cidade atingiu 153 km. Na zona oeste, onde está localizada a marginal Pinheiros, os trechos com pontos de parada chegaram a 41 km Por Folhapress De São Paulo
21/11/2018 às 14:05 atualizado em 21/11/2018 às 14:19
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Trânsito intenso, vias laterais cheias e muito "efeito funil": assim foi a primeira manhã de pico da marginal do rio Pinheiros, em São Paulo, onde um viaduto se rompeu na última semana, e boa parte das pistas expressas ficaram fechadas.
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O pico de congestionamentos na cidade atingiu 153 km. Na zona oeste, onde está localizada a marginal Pinheiros, os trechos com pontos de parada chegaram a 41 km, segundo medições da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
A reportagem percorreu no começo da manhã desta quarta-feira (21) toda a marginal Pinheiros no sentido Castello Branco, a partir da ponte do Socorro, em Santo Amaro, até a chegada à marginal Tietê, em 1h10 - o mesmo percurso na tarde de terça (20), durante o feriado, tomava 28 minutos do tempo dos motoristas.
A sinalização de que há bloqueio na pista expressa da marginal começa a aparecer logo após a ponte Transamérica, com faixas e painéis eletrônicos, mesma altura onde começava a lentidão do trânsito nesta manhã.
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A predominância do aplicativo Waze nos celulares dos motoristas fez com que muitos veículos enchessem as vias paralelas para fugir do tráfego intenso na marginal. Na altura da Bandeirantes, por exemplo, o trânsito estava completamente parado. Bom para ambulantes e para quem distribuía jornais e folhetos no semáforo, agasalhados para se proteger dos 18°C dos termômetros.
A prefeitura liberou a pista expressa a partir da saída da ponte João Dias. Motoristas nessas faixas tinham o tráfego liberado, ao contrário dos que estavam na pista local, engarrafada. Mas a situação se invertia bem embaixo da ponte Estaiada, onde a pista expressa era bloqueada de novo: o efeito funil que a prefeitura tentava evitar, quando motoristas em muitas faixas têm apenas uma saída estreita, o que para o trânsito, acontecia na passagem da via expressa para a local.
Logo após a ponte, a expressa é de novo liberada, mas o afunilamento volta a ocorrer próximo à estação da CPTM Hebraica-Rebouças, onde a faixa voltava a ser impedida, dando a impressão de que era melhor ter permanecido na via local.
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Pouco antes do viaduto que se rompeu, painéis eletrônicos sugerem alternativas aos motoristas que vão em direção à marginal Tietê. Deu certo. Na altura do incidente, o trânsito fluía bem, com exceção de uma pequena lentidão causada pelos motoristas que reduzíam a velocidade para observar a estrutura colapsada.
Na opinião de funcionários de um posto de gasolina próximo à ponte do Jaguaré, o resultado foi positivo durante a manhã - a expectativa é de que à tarde a situação esteja pior, com motoristas em direção à Castello Branco e a cidades como Osasco e Barueri.
INTERVENÇÕES
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Até agora, foram feitas 4 das 10 intervenções previstas para aumentar as ligações entre a marginal expressa e a local e evitar o efeito de afunilamento. Isso permitiu liberar 10 km dos 15 km bloqueados na marginal Pinheiros.
A gestão Covas também pretende se reunir nesta quarta com os aplicativos de transporte compartilhados para pedir uma tarifa menor durante o período de bloqueio para obras de recuperação do viaduto que cedeu 2 metros na última quinta-feira (15).
A prefeitura não tem o projeto original da estrutura do viaduto, projetado e construído na década de 1970. Mas, segundo Covas, um dos engenheiros responsáveis pela obra, Roberto de Abreu, foi encontrado nesta terça-feira (20), em Guarujá (SP). O que será feito e qual prazo para o término da obra, no entanto, ainda não foi definido pela gestão.
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O prefeito também disse que se reunirá nesta quarta com o Tribunal de Contas do Município para saber se é possível contratar emergencialmente empresas para fazer um laudo da estrutura das 185 pontes e viadutos da cidade.
Segundo Covas, há verba no caixa municipal para o estudo, mas ele cogita ajuda estadual e federal. "Se ficar um valor exorbitante, vamos buscar colaboração com o governo federal. Nós estamos falando da principal rota, da principal cidade, onde passa grande parte do PIB brasileiro. Tenho certeza que o governador Márcio França (PSB) e o presidente Michel Temer (MDB) não vão negar apoio a cidade de São Paulo", afirmou.
COLAPSO
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O viaduto que cedeu na marginal Pinheiros passa sobre os trilhos da linha 9-esmeralda da CPTM. O local é rota de acesso à rodovia Castello Branco e próximo ao shopping e ao parque Villa Lobos, a 500 m da ponte do Jaguaré.
As causas da ruptura, que criou um "degrau" de cerca de dois metros na pista, seguem desconhecidas e, como há risco de colapso da estrutura, a prefeitura tem pressa para içá-la.
Por causa da queda do viaduto, a prefeitura decidiu interditar diferentes pontos da pista expressa da marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, entre as pontes Transamérica e do Jaguaré, sob argumento de que a interdição de um trecho curto provocaria afunilamento.
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O rodízio de veículos também foi suspenso por tempo indeterminado no trecho da marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, entre a av. dos Bandeirantes e a ponte dos Remédios. A marginal Pinheiros é a segunda via mais movimentada de São Paulo, atrás apenas da Tietê, e liga a cidade a diferentes rodovias e avenidas.
Em apenas uma hora, no pico de tráfego, 13 mil veículos passam pelas oito faixas da marginal, incluindo a pista local. Cinco dessas faixas estão agora interditadas. Em um dia comum, trafegam 450 mil veículos nos dois sentidos da marginal Pinheiros. As áreas mais atingidas dentro dos bairros são as vias da zona oeste, entre a marginal Pinheiros e o centro.
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