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O ex-governador de São Paulo afirmou que não entendeu a crítica de Covas ao defender que o PSDB confirme a expulsão do fundador do partido por ter se contraposto à eleição de João Doria Por Folhapress De São Paulo
27/11/2018 às 17:15
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O ex-governador Alberto Goldman (PSDB) diz que não entendeu a crítica que o prefeito de São Paulo e seu colega de partido, Bruno Covas, fez a ele na madrugada desta segunda-feira (26) no SBT, ao defender que a sigla confirme a expulsão do fundador por ter se contraposto à eleição de João Doria (PSDB).
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"Diante da posição adotada por ele no primeiro turno, eu diria que não entendi a manifestação", afirmou Goldman à reportagem, referindo-se ao fato de Covas ter declarado apoio ao então candidato a senador Mario Covas Neto (Podemos), seu tio, que compunha coligação rival à do PSDB no pleito de outubro.
No vídeo divulgado durante a campanha, ele dizia que sempre pautou sua vida política por fidelidade partidária, "mas há coisas que são mais importantes que partidos políticos", numa alusão ao laço familiar - os dois são herdeiros políticos do ex-governador Mario Covas (1930-2001).
Por causa do gesto, o prefeito também é alvo de um pedido de expulsão da sigla. Já o ex-governador chegou a ser excluído dos quadros por decisão do PSDB paulistano, mas a direção nacional da legenda desautorizou o ato, que atingia também outros filiados. Os dois processos aguardam uma decisão definitiva.
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"Não consegui entender a crítica que ele fez a mim agora", seguiu Goldman, que ocupou o Palácio dos Bandeirantes entre abril e dezembro de 2010. "As razões dele [Covas], acima das razões partidárias, levaram-no inclusive a ir ao programa eleitoral defender a candidatura do tio, que é de outro partido."
"No meu caso específico, o que é mais importante para mim são as minhas convicções e a minha consciência", disse Goldman, que foi defenestrado pelo PSDB municipal sob o argumento de infidelidade partidária - ele se aproximou de Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno e é crítico contumaz de Doria.
O governador eleito de São Paulo já chamou o desafeto de improdutivo e fracassado que "agora vive de pijamas em sua casa". Os dois divergem fortemente sobre os rumos do partido que o veterano ajudou a criar em 1988.
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No SBT, durante entrevista ao programa Poder em Foco, Bruno Covas afirmou estar se movimentando pela saída do ex-governador. "Eu acho que tem que ser expulso porque aqueles que não respeitam as decisões partidárias não podem ir para a rua criticar as decisões partidárias."
"Ele [Goldman], durante o processo eleitoral todo, falou mal do João Doria na rua, falou mal do João Doria nos jornais e apoiou outros candidatos. Aliás, um grande pé-frio, porque apoiou o Skaf no primeiro turno e o Márcio França [PSB] no segundo turno. Então ele que vá apoiar essas pessoas fora do PSDB", disse o tucano.
"Eu espero que a expulsão seja aprovada desde já, é para isso que eu estou trabalhando", arrematou o prefeito. Ele tem reiterado a aliados seus no PSDB que a exclusão do ex-governador é pertinente e se encaixa no critério de infidelidade partidária.
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Questionado sobre os casos de Goldman e Covas, o PSDB nacional, em nota, informou que a executiva da legenda recebeu pedidos de expulsão durante a campanha eleitoral, mas ainda não analisou nenhum.
O comando da sigla em Brasília disse em outubro que a medida da instância paulistana relacionada ao ex-governador era arbitrária e inócua, já que os diretórios municipais não têm competência para tomar decisões do tipo.
A assessoria do prefeito afirma que o caso de Covas é diferente do de Goldman porque, antes de pedir voto para seu tio na eleição para senador, ele consultou o presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, e os candidatos da legenda ao Senado, Mara Gabrilli (que foi eleita) e Ricardo Tripoli.
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Segundo a assessoria, o prefeito teve o aval dos três e manteve o apoio aos dois postulantes tucanos mesmo após gravar o vídeo em defesa do tio, que concorria na chapa de Márcio França e saiu derrotado.
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