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Cotidiano

Fila de transplante no Brasil: critérios e funcionamento

Entenda o que é o Sistema Nacional de Transplantes, os critérios técnicos para alocação de órgãos e como é organizada a lista única

Thacio Mello

14/08/2025 às 15:50  atualizado em 14/08/2025 às 15:51

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Essa lista é única em todo o território nacional, embora seja gerenciada por estado ou região através das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos

Essa lista é única em todo o território nacional, embora seja gerenciada por estado ou região através das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos | Clarice Castro/Governo do Rio de Janeiro

A fila de espera por um transplante de órgão no Brasil é um tema de grande relevância para a saúde pública e levanta muitas dúvidas.

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Diferente de uma fila comum, baseada somente na ordem de chegada, o sistema brasileiro é um cadastro técnico gerenciado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

A alocação de um órgão é definida por critérios técnicos rigorosos, que visam garantir a equidade e a maior chance de sucesso do procedimento.

Veja como funciona a fila de espera para transplante de órgãos no Brasil e quais os critérios de prioridade, sem substituir, em hipótese alguma, a orientação de um profissional de saúde.

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O que é a lista única do Sistema Nacional de Transplantes (SNT)

O SNT, coordenado pelo Ministério da Saúde, é responsável por regulamentar, controlar e monitorar todo o processo de doação e transplantes realizados no País. A base desse sistema é o chamado Cadastro Técnico Único, popularmente conhecido como “lista de espera” ou “fila de transplante”.

Essa lista é única em todo o território nacional, embora seja gerenciada por estado ou região através das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs). Isso significa que um paciente inscrito em São Paulo concorre aos órgãos captados prioritariamente no estado.

A inscrição de um paciente na lista é realizada exclusivamente por uma equipe médica autorizada, após uma avaliação completa que confirma a necessidade do transplante como a melhor ou única opção terapêutica.

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O paciente não se mantém estático na lista, ela varia e depende de fatores técnicos, não somente do tempo de inscrição.

Quais os critérios de prioridade para a alocação de um órgão

A distribuição de órgãos obedece a critérios técnicos bem definidos, que podem variar ligeiramente dependendo do órgão em questão (coração, fígado, rim, etc.).

O objetivo é encontrar o receptor mais compatível e com a maior necessidade, otimizando as chances de sucesso do transplante. Os principais critérios são:

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  • Compatibilidade: Este é o fator mais importante. Inclui a compatibilidade sanguínea (sistema ABO) e, para alguns órgãos como o rim e a medula óssea, a compatibilidade genética (sistema HLA - Antígeno Leucocitário Humano), que avalia a semelhança imunológica entre doador e receptor para diminuir o risco de rejeição.
  • Gravidade do estado do paciente: pacientes em estado crítico, com risco iminente de morte e sem outra alternativa terapêutica, podem ter prioridade na fila. A gravidade é medida por escores médicos específicos para cada tipo de órgão.
  • Tempo de espera: O tempo em que o paciente aguarda na fila é utilizado como critério de desempate entre dois ou mais receptores que apresentam o mesmo nível de compatibilidade e gravidade.
  • Idade: Em situações específicas, como para doadores pediátricos, a prioridade é dada a receptores também pediátricos.
  • Proximidade geográfica: O tempo entre a retirada do órgão do doador e o seu implante no receptor (tempo de isquemia) é crítico. Por isso, a localização geográfica do doador e dos potenciais receptores é um fator logístico fundamental.

Como funciona o processo desde a inscrição até o transplante

O caminho de um paciente no sistema de transplantes é um processo coordenado, e envolve diversas etapas, sempre sob a supervisão de profissionais de saúde. De forma geral, o fluxo funciona da seguinte maneira:

  • Indicação e avaliação médica: um médico especialista diagnostica a falência de um órgão e indica o transplante. O paciente é então encaminhado a um centro transplantador para uma série de exames que confirmam a necessidade e a viabilidade do procedimento.
  • Inscrição na lista: com a indicação confirmada, a equipe médica do centro transplantador realiza a inscrição do paciente no Cadastro Técnico Único do SNT. A partir deste momento, o paciente está oficialmente na fila de espera.
  • Acompanhamento e espera ativa: enquanto aguarda, o paciente deve manter seus exames atualizados e seguir todas as orientações médicas para se manter em condições clínicas de receber o órgão quando a oportunidade surgir.
  • Oferta do órgão e chamada: quando um órgão de um doador falecido se torna disponível, o sistema informatizado do SNT gera uma lista de potenciais receptores compatíveis, ordenada pelos critérios de prioridade.

A organização da fila de espera para transplantes no Brasil é um processo complexo, fundamentado em critérios técnicos e éticos para assegurar uma distribuição justa e eficiente dos órgãos doados.

O sistema é gerenciado pelo SNT e a alocação depende de fatores como compatibilidade, gravidade e logística, e não somente do tempo de espera.

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Caso de exemplo

O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, desde 2023 vem passando por graves problemas de saúde. Neste meio tempo ele passou por alguns transplantes de órgãos que foram alvo de algumas polêmicas por desentendimento sobre o processo.

Em 2023 ele falou pela primeira vez após a internação, no que seria uma série de intervenções médicas. No Faustão elogiou a equipe médica, agradeceu os cuidados da família e pediu orações.

Este conteúdo é estritamente informativo e não serve como guia para diagnóstico ou tratamento. A indicação para um transplante e todas as informações sobre o processo devem ser obtidas e discutidas diretamente com um médico ou uma equipe de saúde qualificada, sendo os únicos capazes de avaliar cada caso individualmente.

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