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Cotidiano

Anvisa libera novo remédio que promete frear o Alzheimer no Brasil

Especialistas alertam que diagnóstico precoce é fundamental para o medicamento trazer benefícios

Hebert Dabanovich

04/09/2025 às 12:36

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Entre os sintomas podem surgir desorientação temporal e espacial

Entre os sintomas podem surgir desorientação temporal e espacial | Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do donanemabe, medicamento indicado para pacientes em fase inicial da Doença de Alzheimer.

A decisão ocorre em setembro, mês de conscientização sobre a Doença de Alzheimer, que hoje é a sétima principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Alzheimer e outras formas de demência afetam atualmente cerca de 55 milhões de pessoas no mundo. Estimativas indicam que esse número pode ultrapassar 150 milhões até 2050.

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No Brasil, aproximadamente 1,2 milhão de pessoas convivem com algum tipo de demência, sendo que até 60% dos casos estão relacionados ao Alzheimer.

Projeções indicam que 8,5% da população idosa do país já apresenta a doença e que o total de diagnósticos pode chegar a 5,7 milhões nas próximas décadas.

O neurologista Drusus Pérez Marques, da Afya Educação Médica de Belo Horizonte, explica que os primeiros sinais envolvem esquecimentos recentes, como compromissos, conversas ou tarefas simples, enquanto lembranças antigas tendem a permanecer preservadas no início.

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Entre os sintomas podem surgir desorientação temporal e espacial, além da repetição de informações em curtos intervalos.

O especialista ressalta ainda a influência de fatores genéticos e de condições de saúde como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Ele destaca que o diagnóstico precoce é um dos principais desafios, já que muitos sintomas iniciais são confundidos com o processo natural do envelhecimento, atrasando a busca por atendimento médico.

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Segundo o médico, enquanto mudanças cognitivas relacionadas à idade costumam evoluir de forma lenta, no Alzheimer a progressão interfere na rotina e na autonomia do paciente. Quando isso ocorre, instala-se um quadro de demência, sendo a doença a causa mais frequente.

O estudo que embasou a aprovação do donanemabe pela Anvisa reuniu 1.736 pacientes em estágio inicial da doença, com comprometimento cognitivo leve ou demência leve e presença de proteína beta-amiloide no cérebro.

Avanço no tratamento

Os participantes receberam 700 mg do medicamento a cada quatro semanas nas três primeiras doses, seguidos por 1.400 mg mensais em um grupo de 860 pacientes. Outros 876 receberam placebo, em um período de até 72 semanas. Os pesquisadores avaliaram mudanças na cognição e na funcionalidade ao longo do tratamento.

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De acordo com o neurologista, o donanemabe faz parte de uma nova geração de medicamentos que apresentam potencial de alterar a progressão do Alzheimer, ao contrário dos anteriores, que apenas controlavam os sintomas.

Ele observa, porém, que o tratamento apresenta melhores resultados em fases muito iniciais, como no comprometimento cognitivo leve, e que exige exames específicos para identificação de pacientes aptos a utilizá-lo, como a análise do liquor e exames de imagem por PET scan para detectar o acúmulo de proteína beta-amiloide.

O médico reforça que, apesar de representar um avanço após três décadas de pesquisas, o medicamento não cura a doença e que os benefícios clínicos são limitados.

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Por isso, a decisão pelo uso deve ser individualizada, considerando o estágio do paciente, a possibilidade de resposta ao tratamento e os recursos disponíveis.

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