A+

A-

Alternar Contraste

Domingo, 05 Outubro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Artistas do Teatro de Contêiner são despejados pela GCM em São Paulo; VÍDEO

Novo prazo para desocupação seria nesta quinta-feira (21/8)

Yasmin Gomes

19/08/2025 às 19:02  atualizado em 21/08/2025 às 21:27

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Na ação, policiais forçaram os artistas a deixarem a instalação sem possibilidade de voltar

Na ação, policiais forçaram os artistas a deixarem a instalação sem possibilidade de voltar | Reprodução

Os artistas do Teatro de Contêiner, sede da Cia. Munguzá de Teatro, na Luz, na região central de São Paulo, foram surpreendidos com uma ação policial da Guarda Civil Municipal (GCM) na tarde desta terça-feira (19/8).

Continua depois da publicidade

Na ação, policiais forçaram os artistas a deixarem a instalação sem possibilidade de voltar, mesmo com todos os pertences pessoais do grupo dentro do local. O momento foi filmado por um dos integrantes da Cia, confira:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

No vídeo é possível ouvir alguns artistas pedindo para os guardas abaixarem as armas, afirmando que no local "não tem nenhum bandido".

Em maio, os artistas do Teatro de Contêiner, receberam uma notificação extrajudicial da Prefeitura de São Paulo informando que eles tinham 15 dias para desocupar a área municipal em que estão instalados desde 2016, na região da Luz.

Continua depois da publicidade

Considerado referência cultural na cidade de São Paulo, o Teatro foi alvo de nova ordem de despejo emitida pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na quarta-feira (6/8). O prazo para desocupação terminaria nesta quinta-feira (21/8), mas a companhia ainda não sabe para onde vai.

O terreno pertence à prefeitura e está localizado entre as ruas General Couto Magalhães, dos Gusmões e dos Protestantes, em Campos Elíseos, área antes conhecida pelo muro que cercava a Cracolândia.

Na notificação, o subprefeito da Sé, Marcelo Vieira Salles, afirma que o prazo é "improrrogável sob pena da implementação da gradação coercitiva". O impasse entre a gestão municipal e o grupo se arrasta desde agosto de 2024.

Continua depois da publicidade

Para a Gazeta, Marcos Felipe, artista e gestor do Teatro de Contêiner, explicou que, mesmo sem estarem legalizados - a Cia. ocupa um espaço que servia como terreno baldio e sempre mantiveram um diálogo com as instâncias do Estado.

Apoio

O Ministério da Cultura também enviou um ofício à prefeitura solicitando a prorrogação do prazo por mais 180 dias para o Teatro de Contêiner — definido como "um dos espaços cultuais mais pujantes da cidade de São Paulo e do Brasil" — encontrar um novo local.

"A adequada preservação de todos esses bens exige planejamento técnico e logístico para sua desmontagem, transporte e reestruturação. Nesse sentido, o prazo de 15 dias mostra-se absolutamente inexequível, uma vez que não garante a integridade do equipamento e de seus bens, impondo prejuízos irreparáveis tanto ao grupo responsável quanto à sociedade", explicam os gestores do teatro em resposta enviada à prefeitura.

Continua depois da publicidade

A campanha contra o despejo recebeu apoio de nomes importantes, como a atriz Fernanda Montenegro. Em junho, ela publicou uma carta aberta nas redes sociais, na qual destacou a relevância da companhia.

"Peço, com muita esperança, Sr. Prefeito, que o senhor repense o fechamento, o despejo do 'Teatro de Contêiner Mungunzá', na Rua dos Gusmões, 43, Bairro Santa Ifigênia, onde, como base, esse Grupo já ocupa esse endereço faz 08 anos. Trata-se de uma companhia de teatro altamente criativa. São 17 anos de atividades. Mais de 4.000 projetos realizados, tendo como base esta sede nesse bairro. É uma companhia teatral fundamental em São Paulo e no Brasil. O 'Teatro de Contêiner Mungunzá', permanecendo nesse endereço na cidade de São Paulo, é um sinal de renascimento desse bairro. Um espaço de comunhão humana."

Posicionamento da Prefeitura de São Paulo

Após o ocorrido, a Prefeitura de São Paulo se posicionou em nota a respeito da ocupação do Teatro de Contêiner Mungunzá. Leia Abaixo.

Continua depois da publicidade

Depois de já ter oferecido três áreas legalizadas para o Teatro de Contêiner Mungunzá, que não cumpriu três ofícios para saída do terreno municipal ocupado irregularmente, a Prefeitura de São Paulo outorga nesta data, 21/08/2025, AUTORIZAÇÃO DE USO POR NO MÁXIMO 60 DIAS (até 20 de outubro deste ano), obedecendo à lei orgânica do Município, no artigo 114, parágrafo 5º. Neste prazo, o teatro deve tomar as providências de transferência da Rua General Couto de Magalhães para um novo local. Ao mesmo tempo, a administração ofereceu também nesta quinta-feira mais uma área para que o grupo se instale de forma legalizada. Com isso, a Prefeitura, desde agosto do ano passado, quando começou a negociar com o teatro, já ofereceu quatro importantes terrenos na região central para a manutenção de suas atividades. A administração encaminhou hoje à direção do Mungunzá documento em que oferece uma área de 1.043 metros quadrados, na altura do número 807 da Rua Helvétia, área ao lado da Avenida São João e a menos de um quilômetro de distância de onde hoje funciona o Mungunzá, atendendo assim a principal reivindicação do grupo que é de permanência naquele território. O endereço fica também a 100 metros de onde será instalado o Coletivo Tem Sentimento, que hoje funciona também na área ocupada irregularmente e que passará a agora a ter o espaço legalizado. O novo terreno oferecido ao Mungunzá tem 41 metros de frente e 24 metros de fundo, tamanho que permite a plena execução de suas atividades.  A Prefeitura já havia oferecido outros três espaços durante os meses de negociação: um na Rua Conselheiro Furtado, na região da Sé, outro na própria Rua Helvétia, e ainda uma área na Rua João Passaláqua, na região do Bixiga, área reconhecida como um dos polos teatrais da cidade. A Prefeitura de São Paulo reitera ainda já ter aportado R$ 2, 5 milhões em apoio às atividades do grupo. Com a transferência, a Prefeitura de São Paulo irá revitalizar a região, inclusive com a  construção de um prédio de habitação de interesse social.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados