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Cotidiano

Assassinatos de negros aumentam 11,5% no Brasil em 10 anos, indica estudo

Assassinatos de não negros caiu 12,9%, com uma taxa de 13,9 na última década; levantamento é baseado em dados do Ministério da Saúde em todos os Estados

27/08/2020 às 13:05

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Em 2008, cerca de 32,7 mil negros foram assassinados no Brasil e o número seguiu crescendo

Em 2008, cerca de 32,7 mil negros foram assassinados no Brasil e o número seguiu crescendo | /Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Nesta quinta-feira (27), o estudo Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indicou que os assassinatos contra pessoas negras no País cresceram 11,5% na última década.

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De acordo com o estudo, a taxa de mortes de negros cresceu 11,5%, chegando a 37,8 por 100 mil habitantes, e a de não negros caiu 12,9%, com uma taxa de 13,9. O levantamento é baseado em dados do Ministério da Saúde em todos os Estados.

Em 2008, cerca de 32,7 mil negros foram assassinados no Brasil e o número seguiu crescendo até 2017. Houve uma pequena queda em 2018, mas o número de vítimas no ano foi de 43,8 mil mortes - 34% maior na comparação com o dado de 2008.

Já a taxa do grupo que abrange brancos, amarelos e indígenas foi reduzida. Em 2008, foram registrados 15 mil assassinatos contra o grupo. O número seguiu estável e caiu em 2018, quando 12,7 pessoas morreram. A redução foi de 15,4%.

“As políticas têm sido minimamente capazes de proteger a vida de não negros, mas a disparidade é tamanha com os dados de vítimas negras que é como se estivéssemos falando de países diferentes”, afirmou a diretora executiva do Fórum Brasileiro, Samira Bueno.

O estudo aponta que a cada não negro morto em 2018, 2,7 negros foram mortos. Os especialistas veem um aprofundamento das disparidades raciais que aumentam o risco de assassinato contra pessoas negras no Brasil.

“Ainda somos produto de um processo histórico de escravidão e racismo estrutural em que a violência caracteriza as relações sociais. Aqui, há uma ideia do ‘negro perigoso’ que se reflete em diferentes patamares de uso da força entre negros e não negros. Temos muito a caminhar para entrar num processo civilizatório mínimo”, destacou Daniel Cerqueira, economista do Ipea que coordena o Atlas.

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