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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, viu sua assessora se envolver em uma polêmica após postagem nas redes | Valter Campanato/Agência Brasil
Marcelle Decothé, assessora da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fez um post em seus Stories do Instagram criticando a torcida do Tricolor durante a final da Copa do Brasil deste domingo, contra o Flamengo. A frase ainda teve um tom considerado xenofóbico em seu fim.
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Durante o jogo, a assessora fez uma postagem com críticas aos são-paulinos presentes no estádio. “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior tudo de pauliste”, dizia a publicação.
Gerou processo
Após a postagem vir a público, diversos comentários contrários à fala da assessora foram divulgados na internet. Membros do MBL (Movimento Brasil Livre), a Coodenadora Amanda Vettorazzo e o deputado federal Kim Kataguiri, foram dois a se pronunciarem.
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"Eu e a @amanda.vettorazzo processamos a assessora da Ministra Anielle Franco por posts r4c1stas contra torcedores paulistas. O post foi feito após a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo no Morumbi. O post dizia 'torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade e, pior de tudo, pauliste'.
A Ministra Anielle Franco foi com seus assessores num voo da FAB com a desculpa que assinaria um documento que combateria o r4c1smo. A verdade? Foram assistir um jogo de futebol, numa viagem bancada com o nosso dinheiro.
A assessora Marcelle Decothe, que recebe R$17 mil por mês, vai responder na justiça!", disse Kim em suas redes. Amanda inclusive é são-paulina, e estava no estádio na grande final.
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Presidente do São Paulo se pronunciou
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Júlio Casares, presidente do clube campeão da Copa do Brasil, cobrou medidas cabíveis contra a fala da assessora, e revelou que a ministra Arielle Franco ligou para ele se desculpando.
"As redes sociais viraram um ambiente muitas vezes nocivo. Desta vez, fui surpreendido negativamente com um ultrajante post da assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothe. Algo que vai contra todas as nossas crenças. Em pouco mais de dois anos e meio de gestão, tivemos sempre uma preocupação com a igualdade.
Nosso lema é, e sempre será, de que o São Paulo Futebol Clube é de todos, sem haver discriminação de raça, gênero, social ou de qualquer forma. Nesse período, colocamos uma mascote que remete à atleta Melânia Luz (atleta preta que de modo pioneiro disputou os Jogos Olímpicos de 1948); um mascote para o nosso ídolo Leônidas da Silva (conhecido como Diamante Negro), o Diamantinho; criamos o PIT (Programa de Integridade Tricolor); assinamos no dia 11 de agosto de 2022 uma parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol; coibimos atos racistas como o sofrido por um jovem de 12 anos na partida contra o San Lorenzo (no dia 10 de agosto deste ano) e demos todo o suporte para o garoto e sua família; criamos o setor popular no Morumbi (com preços reduzidos). Ações que foram apoiadas pela torcida e por pessoas que não estão no dia a dia do Clube, como Vagner Freitas (Presidente do Sesi). Não por acaso, passamos a ser vistos como o time "mais popular".
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Hoje pela manhã, a Ministra da Igualdade Racial no Brasil, Anielle Franco, em contato telefônico, pediu desculpas pelo ocorrido e explicou que medidas serão tomadas. Como presidente do São Paulo Futebol Clube, torcedor, e, principalmente como cidadão engajado nas causas sociais, seguirei na luta para que situações como essa não se repitam. Aguardamos, com urgências, as providências cabíveis. O São Paulo é de todos!"
Baby, líder da Torcida Independente, maior organizada do Tricolor Paulista, também comentou sobre o tema
Henrique Gomes de Lima, mais conhecido como Baby, líder da maior organizada do São Paulo, também teceu duras críticas a atitude da assedora da ministra. "Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, sua irmã, Marielle, que foi morta na mão de miliciano, defendendo negro, branco, pobre, todas as causas sociais, deve estar chorando lá em cima no céu. Eu sei que ela é do bem”, declarou.
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“Você levou uma racista e preconceituosa para o Morumbi, que falou que a torcida do São Paulo é descendente de europeu, é uma torcida de branco e que o povo paulistano é um povo de m*. Com todo respeito, estou envergonhado. Tenho nojo dessa tal de Marcela”, afirmou o torcedor, em vídeo publicado nas redes sociais, referindo-se à Marcelle, assessora da ministra.
Mais tarde, Baby voltou a falar do tema: "Esperamos que a irmã de Marielle Franco, ministra de IGUALDADE RACIAL do governo federal (que ironia), já tenha tomado providências demitindo a funcionária que ofendeu o povo paulista e a torcida do São Paulo, de forma inaceitável, rasa e cafajeste."
"Nem vamos abordar assunto esquerda x direita aqui, a torcida que conduz é de todos. Mas exigimos reparação imediata, afinal, essas 'cidadãs' vieram para SP com avião da FAB (ou seja, com nosso dinheiro público) para uma partida de futebol e, ainda por cima, ofenderam o povo anfitrião.
Pra ontem, dona irmã da Marielle.
Resolva isso", concluiu.
O que diz o ministério
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Em nota, o Ministério da Igualdade Racial confirmou a ligação feita pela ministra Anielle Franco ao presidente do São Paulo, Julio Casares. Afirmou também que “recebeu a informação a respeito da postagem das servidoras em perfil privado de rede social e que, ainda que as postagens tenham sido feitas em tom informal, o caso será submetido às instâncias internas de investigação para apuração da conduta das servidoras.”
Ida ao estádio seria para combater o racismo no esporte
As duas viajaram de Brasília a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e acompanharam a decisão do torneio no Morumbi, em São Paulo. De acordo com a ministra, em vídeo divulgado nas redes sociais, a ida ao estádio foi para assinar uma ação do governo federal para combater o racismo no esporte. O uso da aeronave gerou críticas nas redes sociais de parlamentares da oposição, alegando o uso de dinheiro público para que a viagem fosse realizada.
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