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ESPERANÇA. Flexibilização e delivery ajudaram setor a compor cenário mais positivo
14/08/2021 às 01:00
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Clientes no Spot Urbano. "Estamos percebendo que os clientes estão sentindo mais segurança para sair e frequentar bares e restaurantes", diz sócia do bar | Ettore Chiereguini/Gazeta de S.Paulo
O setor de bares e restaurantes foi um dos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus, com 250 mil casas deixando de existir em todo o Brasil, sendo 75 mil no estado de São Paulo, segundo dados da Abrasel SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo).
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Contudo, o avanço da vacinação e a flexibilização de horários apontam uma luz no fim do túnel, com muitos estabelecimentos começando a recuperar as perdas dos meses anteriores.
"Estamos percebendo que os clientes estão mais seguros para sair e frequentar bares e restaurantes. Nosso faturamento ainda não está no mesmo patamar de antes da pandemia, estamos em torno de 70% do que era anteriormente. Esperamos que até o final de 2021 nosso faturamento volte ao que era em 2019 e que aumente em 25% em 2022", diz Glauce Alonso, sócia do Spot Urbano, bar de bebidas especiais e gastronomia contemporânea, que fica em Santana, na capital paulista.
Rumo ao topo.
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O presidente da Abrasel-SP, Joaquim Saraiva de Almeida, também acredita que até o final do ano, os estabelecimentos tenham recuperado o faturamento pré crise.
"É visível a vontade da população de voltar a frequentar bares e restaurantes. Acreditamos que em dezembro, com a maioria da população vacinada, aumento da temperatura e festas de fim de ano, o faturamento pode ter aumento expressivo e chegar a 100%, contribuindo para o início da retomada financeira do setor."
Delivery.
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Além da flexibilização, o delivery foi uma das estratégias que ajudaram bares e restaurantes a sobreviver na pandemia e que agora estão contribuindo para que o faturamento atinja maiores patamares. O Nosu, restaurante especializado em culinária japonesa, localizado na zona norte, foi um dos que adotou o sistema.
"No início da pandemia ficamos fechados, pois não sabíamos que seria por muito tempo. Com menos de dois meses adotamos o delivery, que até então não tínhamos. Perdemos 100% do faturamento nos meses fechados e 60% nos meses só com delivery. Hoje, o salão está com 70%, mas ainda temos a receita extra do delivery, que foi mantido. Estamos otimistas para o faturamento que ganhamos com as entregas ser um plus ao que já tínhamos somente com o salão", relata Marcus Temperani, fundador do restaurante.
Também na zona norte, o Villa Caetano's, especializado em comida brasileira, foi outro que recorreu ao delivery e deve manter a operação.
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"Com a pandemia o negócio precisou se reinventar. A diferença fundamental foi o início da operação de delivery, que era inexistente. A partir dela, conseguimos manter os custos básicos e parte da folha de pagamento. Essa operação representou 20% do faturamento pré-pandemia", explica Kelly Dargas, sócia e diretora de marketing do Villa Caetano's, que também passou a servir almoço e criou pratos mais acessíveis para atrair o consumidor e, atualmente, já está com 70% do faturamento de 2019.
Destaques para as pizzarias.
Se a maior parte dos bares e restaurantes ainda não atingiu os patamares de faturamento de antes da pandemia, o mesmo não se pode dizer das pizzarias. Segundo Percival Maricato, presidente do conselho estadual da Abrasel SP, os restaurantes que trabalham com pizzas saíram na frente e devem ser os primeiros a se recuperar, inclusive serão os primeiros beneficiados com a suspensão das restrições total ao comércio a ser adotada a partir de 17 de agosto pelo governo paulista.
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Localizado na Vila Prudente, o Nestor Pizzaria Gastronômica comprova a percepção de Maricato. "Já estamos sentindo o retorno dos clientes com o avanço da vacinação e como iniciamos um rodízio de pizzas já conseguimos retomar o faturamento de antes da pandemia e temos perspectiva de crescimento para os próximos meses. Acreditamos que com a vacinação concluída na cidade de São Paulo, os clientes fiquem mais confortáveis para sair, o que reforça nossa expectativa de aumento no faturamento", observa Keila Oliveira, gerente administrativa da pizzaria.
Emprego.
Os bons ventos do setor de bares e restaurantes, além de aumento nos ganhos deve se refletir também em maior oferta de empregos. Segundo pesquisa de julho da Abrasel, em todo o Brasil, somente 12% dos bares e restaurantes pensam em demitir nos próximos três meses, com 61% querendo manter o quadro de funcionários e 27% pretendendo contratar.
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Em São Paulo, a perspectiva de contratação é de 20%. Segundo a Abrasel SP, desde março de 2020, um total de 1250 trabalhadores do setor perderam o emprego no Estado, uma média de cinco por estabelecimento.
(Gladys Magalhães)
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