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Cotidiano

Brás registra 23 casos de violência policial contra ambulantes em um ano

Entre janeiro e maio deste ano, foram registrados pelo menos oito casos no bairro da região central de São Paulo

Thacio Mello

02/06/2025 às 15:40

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Ambulante morre após confusão com polícia

Ambulante morre após confusão com polícia | Arquivo pessoal

Entre janeiro e maio deste ano, foram registrados pelo menos oito casos de violência policial contra ambulantes, no Brás, bairro da região central de São Paulo. Os dados são do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.

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Um dos casos mais notáveis de violência foi o assassinato do senegalês Ngagne Mbaye, de 34 anos. Ele foi atingido na barriga por um policial durante uma operação contra vendedores ambulantes no dia 11 de abril. 

Em entrevista à Agência Pública, outro ambulante, também senegalês, disse ter testemunhado a morte de Ngagne Mbaye. O ambulante foi mencionado como “M.” porque preferiu não revelar sua identidade.

Ele disse à agência de jornalismo investigativo independente que a região do Brás tem sido marcada pela violência da Operação Delegada, que foca comerciantes ambulantes irregulares, uma iniciativa entre o Governo de São Paulo e a prefeitura.

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Segundo depoimento de M. à Agência Pública, ele foi preso ao tentar proteger sua mercadoria, mas foi acusado pelos policiais de lesão corporal por arremessar uma pedra em direção a eles.

O ambulante teria sido detido sem nenhuma evidência clara de ter atacado os policiais. Após ser contido, M. foi levado a um muro nas redondezas e foi repetidamente agredido. Essas informações constam no relatório do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.

A redação da Agência Pública teve acesso ao Auto de Prisão em Flagrante registrado na 8ª Delegacia de Polícia do Brás, em 10 de setembro de 2024.

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No documento consta apenas que M. foi preso por prática delitiva no local dos fatos, sem mais detalhes. De acordo com o ambulante, ele teria sido acusado de crime de receptação devido a um celular supostamente furtado.

Ele comentou que permaneceu preso até a audiência de custódia, quando foi liberado. Questionada pela redação da Agência Pública, a polícia não deu esclarecimentos sobre o caso.

“Fui humilhado. Não é justo como nos tratam aqui. Nos batem, levam nossas coisas. Se tentamos nos defender, podemos ser mortos - como fizeram com meu amigo”, M. disse, chorando ao comentar sobre o caso.

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Ao todo, são 23 casos desde 2023, sendo três ocorrências de novembro a dezembro de 2023, 12 durante 2024 e outras oito de janeiro a maio deste ano.

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