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Construção será em Ponta Negra, às margens da RJ-106, em um modelo PPPP | Divulgação/PMM
A cidade de Maricá, no litoral do Rio de Janeiro, vai receber a primeira fábrica de tratores chinesa do Brasil, em um projeto que prevê investimento de R$ 200 milhões e mira diretamente a agricultura familiar.
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O acordo, firmado em novembro com empresas chinesas e brasileiras, marca um passo inédito para o município, que decidiu transformar parte dos royalties do petróleo em base produtiva.
A planta será construída em Ponta Negra, às margens da RJ-106, em um modelo PPPP (Parceria Público, Privada e Popular), que inclui governo, empresas e movimentos sociais na governança do projeto.
Segundo a Prefeitura de Maricá, a nova unidade terá foco na produção de tratores de pequeno e médio porte, voltados para pequenas e médias propriedades rurais, justamente o setor que mais carece de mecanização no país. A tecnologia será fornecida por empresas chinesas, entre elas a estatal Sinomach.
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A proposta é abastecer um nicho estratégico da agricultura familiar, reduzindo a falta de máquinas adequadas e ampliando o acesso a equipamentos compatíveis com programas de crédito rural, como o Pronaf. Também estão previstos centros de capacitação para trabalhadores, com treinamentos sobre operação, manutenção e uso eficiente das máquinas.
A prefeitura afirma que o projeto deve gerar empregos qualificados, fortalecer a arrecadação e diversificar a economia local, hoje altamente dependente dos royalties do pré-sal.
O modelo da parceria inclui elementos adicionais à tradicional PPP. Além do setor público e da iniciativa privada, o arranjo prevê a participação de movimentos populares e cooperativas de pequenos agricultores.
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O governo federal firmou um acordo com a China, em julho, para facilitar as exportações para a Ásia.
Para seus defensores, esse formato amplia a inclusão produtiva e cria uma governança capaz de aproximar a indústria dos trabalhadores rurais que serão diretamente beneficiados.
Com o uso de recursos do petróleo e apoio de grupos chineses, Maricá busca se posicionar em um momento de expansão dos investimentos da China no Brasil.
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Em 2024, os aportes chineses no país cresceram 113%, ultrapassando US$ 4 bilhões e entrando também em setores industriais, como o de máquinas agrícolas.
A fábrica de tratores consolida a aposta de Maricá em transformar riqueza temporária — os royalties do petróleo — em projetos de longo prazo, com impacto direto na produção de alimentos e na modernização da agricultura familiar brasileira.
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