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Haddad atribuiu parte da tensão com os EUA à atuação de grupos de extrema direita no Brasil | Gabriela Biló/Folhapress
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7/10) que o governo brasileiro está concentrando esforços diplomáticos e técnicos para reverter as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
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Segundo ele, um dos principais argumentos nas negociações será o impacto negativo que essas medidas têm causado aos próprios consumidores americanos.
“O povo dos Estados Unidos está sofrendo com o aumento tarifário. O café da manhã, o café e a carne estão mais caros, e eles deixarão de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade, inclusive em setores industriais”, declarou Haddad durante participação no programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC.
Desde agosto, uma sobretaxa de 40% tem sido aplicada a produtos brasileiros como café, frutas e carnes, dentro de uma política protecionista implementada pelo ex-presidente Donald Trump.
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A decisão, segundo Trump, seria uma retaliação a medidas do governo brasileiro consideradas prejudiciais a empresas americanas de tecnologia e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado em 2023.
Na segunda-feira (6/10), o presidente Lula conversou por videoconferência com Donald Trump por cerca de 30 minutos e pediu a retirada da sobretaxa e de outras medidas restritivas contra autoridades brasileiras.
Como resposta, Trump indicou o senador Marco Rubio para conduzir as negociações. Os presidentes também trocaram números de telefone para manter contato direto e planejam um encontro presencial.
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Apesar da pressão de setores que defendem uma postura mais dura, Haddad defendeu a condução diplomática da crise:
“A estratégia decidida pelo presidente Lula vai render os melhores frutos para o Brasil, independentemente de quem seja designado para negociar. A diplomacia brasileira, com os argumentos que tem, vai superar esse momento, que foi um grande equívoco, baseado muito mais em desinformação do que em fatos”, afirmou.
Haddad atribuiu parte da tensão com os EUA à atuação de grupos de extrema-direita no Brasil, que estariam transmitindo informações distorcidas sobre a situação política nacional.
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“Está cada vez mais claro para o governo dos Estados Unidos, como para o mundo inteiro, que não está acontecendo nada no Brasil que não siga absolutamente as regras democráticas do Estado de Direito”, disse o ministro.
O ministro também ressaltou que os Estados Unidos mantêm superávit comercial nas relações bilaterais com o Brasil e possuem grandes oportunidades de investimento no país, especialmente em setores estratégicos como energia limpa, minerais críticos e transformação ecológica.
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