A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 04 Julho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Brasileiro confia menos nas instituições e nos 3 Poderes, diz Datafolha

Pesquisa mostra que subiu a desconfiança da população acerca do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de outros atores institucionais, como o MP

Bruno Hoffmann

24/09/2021 às 13:23

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Praça dos Três Poderes, em Brasília; pesquisa do instituto Datafolha foi feita dos dias 13 a 15 deste mês

Praça dos Três Poderes, em Brasília; pesquisa do instituto Datafolha foi feita dos dias 13 a 15 deste mês | /Franck Camhi

Caiu a confiança do brasileiro em relação a diversas instituições do País, aponta o Datafolha, em um cenário de tensão política, de choque entre Poderes de longa crise sanitária.

Continua depois da publicidade

Pesquisa do instituto feita dos dias 13 a 15 deste mês mostra que, em relação ao levantamento anterior, realizado em julho de 2019, subiu a desconfiança da população acerca do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de outros atores institucionais, como o Ministério Público.

A Presidência da República foi a instituição com a maior piora: tinha a desconfiança de 31% dos entrevistados em 2019 e agora está com 50%.

Continua depois da publicidade

O Datafolha, nessa rodada, ouviu presencialmente 3.667 pessoas em 190 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

No ranking da confiança popular, novamente o primeiro lugar ficou com as Forças Armadas, com 76%. A desconfiança, porém, aumentou numericamente em relação a dois anos atrás, atingindo a taxa mais alta da série histórica iniciada em 2017. Eram 19% em 2019 e agora são 22%.

Pilar do governo Jair Bolsonaro, as Forças estiveram no centro de controvérsias políticas neste ano de uma maneira como não se via desde a ditadura militar. Em março, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica foram trocados simultaneamente por Bolsonaro.

Continua depois da publicidade

Nos últimos meses, o presidente também avançou em uma retórica golpista, despertando temores de que tentará provocar confusão, com a adesão de militares, na campanha eleitoral do próximo ano. Um símbolo dessa incerteza foi o desfile de blindados feito na Esplanada dos Ministérios em 10 de agosto, mesmo dia da votação na Câmara de proposta sobre o voto impresso, bandeira bolsonarista.

Entre os dez pesquisados pelo Datafolha, o pior resultado ficou com os partidos políticos, que sofrem a desconfiança de 61% dos entrevistados. A rejeição às agremiações era de 58% em 2019 e agora está em 61%.

O sentimento antipolítica também atinge fortemente o Congresso Nacional, visto como não confiável por 49%.

Continua depois da publicidade

A imprensa, alvo de críticas constantes do bolsonarismo, tinha a desconfiança de 30% há dois anos e agora está com 32%. Dizem confiar na imprensa 66%, divididos em 48% que afirmam confiar "um pouco" e 18% que dizem "muito".

O Ministério Público, que costuma ser bem avaliado pela população, teve um revés nessa rodada do Datafolha. Disseram que não confiam na instituição 30%, ante 23% em 2019.

Os procuradores e promotores estão às voltas com uma gestão cheia de percalços do procurador-geral da República, Augusto Aras, que foi indicado por Bolsonaro ao cargo sem o aval da categoria.

Continua depois da publicidade

Aras tem sido criticado por não agir contra o governo federal, por exemplo, em relação às falhas na resposta à pandemia. Também foi dele a iniciativa de mudar o modelo de trabalho da Lava Jato, com o encerramento das forças-tarefa neste ano.

A operação também trouxe desgaste ao Ministério Público nos últimos anos, com questionamentos especialmente ao grupo que atuava no Paraná. O vazamento de diálogos de procuradores no Telegram com o então juiz Sergio Moro, no caso conhecido como Vaza Jato, agravou as contestações à conduta do órgão.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre as redes sociais. Disseram que não confiam nelas 53% –eram 46% na pesquisa anterior. Afirmam que confiam 46%, sendo que 40% disseram "um pouco" e 6%, "muito".

Continua depois da publicidade

Em relação às grandes empresas brasileiras, 29% disseram não confiar, e 69% afirmaram que confiam.
O detalhamento dos dados da pesquisa mostra diferenças de opinião entre diversos segmentos da população.

Os jovens de 16 a 24 anos tendem a confiar mais nos partidos políticos, no Judiciário e no Congresso. Na direção oposta, são mais céticos sobre a imprensa.

As Forças Armadas têm imagem melhor entre homens, quem tem renda familiar acima de cinco salários mínimos e moradores de Centro-Oeste.

Continua depois da publicidade

O Judiciário, que no quadro geral tem a desconfiança de 31% dos entrevistados, no Nordeste é visto dessa maneira por 34%.

Os resultados da pesquisa também variam de maneira expressiva de acordo com as preferências políticas do entrevistado.

Entre eleitores que dizem que votarão em Bolsonaro em 2022, a desconfiança na imprensa passa de 32% para 47% e, em relação às redes sociais, cai de 53% para 46%.

Continua depois da publicidade

Os eleitores bolsonaristas também desconfiam mais do Supremo Tribunal Federal.

Já os entrevistados que dizem que votarão em Luiz Inácio Lula da Silva no próximo ano tendem a ser mais avessos ao Ministério Público. O petista se tornou um crítico de procuradores ao longo de seus embates com autoridades da Lava Jato e chegou a processar o ex-chefe da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol.

Entre eleitores de Lula, os que não confiam nos promotores e procuradores passam de 30% para 33%.
Quem pretende votar no PT em 2022 também tende a apoiar menos as Forças Armadas. A taxa de desconfiança nesse segmento passa de 22% para 32%.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados