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Cotidiano

Brasileiro troca chester por frango assado para economizar no Natal

Em média, o preço de uma cesta de produtos típicos da ceia de Natal teve alta de 9,8% no País; brasileiros buscam alternativas

Leonardo Sandre

22/12/2022 às 18:11  atualizado em 22/12/2022 às 18:19

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Substituir o chester, tradicional ave do período natalino, pelo frango de padaria, parece ser uma ótima saída para economizar

Substituir o chester, tradicional ave do período natalino, pelo frango de padaria, parece ser uma ótima saída para economizar | Claudio Schwarz/Unsplash

Com a inflação dos alimentos seguindo em patamar elevado, o brasileiro busca opções para economizar na ceia. Substituir o chester, tradicional ave do período natalino, pelo frango de padaria, parece ser uma ótima saída.

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 André Luís de Carvalho Pacheco, 44, planeja que além de gastar menos com o principal produto da ceia, ainda poupe o gás de cozinha, outro item que ficou mais caro no País.

"Vou gastar uns R$ 36 para comprar um frango na padaria. O chester sairia bem mais caro, sem contar o trabalho de assar no forno", disse Pacheco, que é camelô e tem uma barraca de yakissoba na capital fluminense.

A exemplo dele, outros brasileiros também estão procurando alternativas para comemorar o Natal sem pressionar tanto o bolso.

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O índice geral de inflação teve trégua no segundo semestre deste ano, mas os preços da comida ainda mostram alta de dois dígitos.

O grupo alimentação e bebidas avançou 11,84% no acumulado de 12 meses até novembro, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). É o dobro da inflação geral medida pelo indicador oficial no mesmo período (5,90%).

A estudante de publicidade e propaganda Camila Mazzochin, 21, afirma que a ceia de Natal da sua família não terá carne pela primeira vez.

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A moradora de Caxias do Sul (a cerca de 120 km de Porto Alegre), na serra gaúcha, é a única vegetariana da casa. Porém, como os preços da proteína animal subiram nos últimos anos, o consumo domiciliar foi reduzido.

"Minha família passou a consumir menos carne, e este ano a gente pensou em fazer algo diferente", conta a jovem.

Para economizar com legumes e hortaliças em uma ceia para cinco pessoas, Camila aposta na horta cultivada por sua mãe. Os preços de hortifrúti foram pressionados pelo clima adverso no primeiro semestre do ano.

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"A horta tem ajudado bastante a economizar", relata a jovem.

Ceia fica quase 10% mais cara

Em média, o preço de uma cesta de produtos típicos da ceia de Natal teve alta de 9,8% no País, apontou pesquisa da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

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O valor foi calculado em R$ 294,75 no início do mês, R$ 26,30 a mais do que em igual período de 2021 (R$ 268,45).

A cesta analisada é composta por dez produtos: aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender.

Ao divulgar os dados, a Abras ponderou que o cálculo ainda não contemplava o efeito de possíveis descontos às vésperas da data festiva.

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Mesmo com os preços mais altos, 66% dos supermercados projetam consumo superior ao Natal de 2021, segundo a associação. Outros 27% esperam o mesmo patamar do ano passado, enquanto 7% estimam um nível inferior de negócios.

O Natal de 2022 deve movimentar R$ 65,01 bilhões em vendas no varejo brasileiro, conforme a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Se a expectativa for confirmada, o setor terá um aumento real (descontada a inflação) de 1,2%, o primeiro após dois anos de perdas. Mesmo assim, não deve igualar o patamar de 2019 (R$ 67,55 bilhões), antes da pandemia.

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A previsão foi revisada para baixo, já que a CNC projetava inicialmente uma alta maior, de 2,1%.

De acordo com a entidade, o ramo de hipermercados e supermercados deve ser o destaque em termos de movimentação financeira no Natal, respondendo por 38,6% do volume total - ou R$ 25,12 bilhões.

Apesar da expectativa ainda positiva, o economista sênior da CNC, Fabio Bentes, avalia que a carestia dos alimentos força o consumidor a buscar opções para economizar.

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"É um comportamento natural em um cenário no qual a inflação de alimentos pressiona muito as famílias", afirmou.

Bentes considera que os juros altos e o comprometimento da renda com dívidas tendem a travar uma expansão mais consistente do varejo como um todo.

Essa combinação de fatores dificulta sobretudo a venda de produtos que custam mais e estão associados ao crédito, aponta o economista.

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