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Cacique Raoni durante participação na COP30 | Aline Massuca/COP30
O Cacique Raoni Metuktire, uma das principais lideranças indígenas do Brasil, apelou nesta terça-feira (11/11) pelo fim dos estudos para exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.
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Na língua kaiapó, com tradução feita por um assistente, o ativista destacou a importância de dar prioridade ao meio ambiente.
“Estou sabendo que querem perfurar poços de petróleo, mas não podemos permitir que isso aconteça. Sou contra guerras, conflitos, sou contra a poluição dos rios e o desmatamento. Se continuarem a poluição e o desmatamento, algo muito ruim pode acontecer com todos nós”, destacou Raoni.
Aos 93 anos, ele também disse que está “cada vez mais cansado e velho”, mas afirmou ser necessário todos se posicionarem “contra esse tipo de coisa ruim”.
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Esta é a edição da COP30 com maior representatividade de povos originários. Segundo os organizadores, cerca de mil indígenas brasileiros e estrangeiros participarão das negociações oficiais durante a conferência climática mundial.
O debate “Exploração de petróleo e gás na foz do Amazonas”, promovido no estande do Ministério Público Federal (MPF), teve a participação de outras lideranças indígenas.
Para Luene Karipuna, moradora do Oiapoque, no Amapá, e coordenadora da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), foi um grande erro liberar os estudos sem ouvir as comunidades tradicionais.
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“Eles nos atacam completamente de um lugar onde vivemos há muitos anos, de onde tomamos banho no rio, de onde nos conectamos com os caruanas, lugares sagrados onde a gente foi criado. É isso que está em jogo. O mundo não pode mais continuar com a exploração de petróleo”, afirmou ela.
No mês passado, a Petrobras conseguiu a licença do Ibama para começar a pesquisa exploratória na região conhecida como Margem Equatorial, que abrange o litoral do Amapá. Nas águas profundas da região, a área é apontada como “novo pré-sal”, devido ao alto potencial petrolífero.
Ao obter a licença, a Petrobras informou que atendeu a todos os requisitos estabelecidos pelo Ibama e que cumpre todas as regras do processo de licenciamento ambiental.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos defensores da continuidade dos estudos, desde que respeitem o licenciamento ambiental.
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