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Além das mortes, o calor extremo está associado ao aumento de casos de infarto, insuficiência cardíaca e outras complicações | Tânia Rego/Agência Brasil
As mortes causadas por calor extremo na América Latina podem mais que dobrar nas próximas duas décadas, segundo um estudo publicado na revista científica Environment International, no último dia 6 de outubro.
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A análise, conduzida por uma rede internacional de pesquisadores, indica que, se o aquecimento global seguir um ritmo moderado, com aumento entre 1°C e 3°C até o período de 2045 a 2054, o percentual de óbitos relacionados ao calor poderá subir de 0,87% para 2,06% do total de mortes na região.
O levantamento considerou dados de 326 cidades em nove países latino-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá e Peru.
O Brasil participou da pesquisa com informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do DataSUS, e do Censo Demográfico do IBGE.
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Segundo o estudo, o envelhecimento da população é um dos principais fatores de risco. A expectativa é que a faixa etária acima dos 65 anos cresça significativamente até meados do século, ampliando o grupo mais suscetível aos efeitos do calor extremo.
“As pessoas idosas e as mais pobres são as que mais sofrem. Quem vive em moradias precárias, sem acesso a ar-condicionado ou áreas verdes, terá mais dificuldade para enfrentar ondas de calor cada vez mais intensas”, explica o professor Nelson Gouveia, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, um dos autores da pesquisa.
Além das mortes, o calor extremo está associado ao aumento de casos de infarto, insuficiência cardíaca e outras complicações em pessoas com doenças crônicas.
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Os pesquisadores ressaltam que uma parte significativa dessas mortes pode ser evitada por meio de políticas públicas de adaptação climática. Entre as medidas sugeridas estão:
O Rio de Janeiro já adotou alguns desses protocolos em sua rede pública de saúde.
A pesquisa faz parte do projeto Salurbal-Clima (Mudanças Climáticas e Saúde Urbana na América Latina), que reúne instituições de pesquisa de nove países latino-americanos e dos Estados Unidos. O projeto tem duração prevista de cinco anos (2023–2028) e busca evidências sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde pública na região.
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