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Descoberta foi feita durante a 41ª Operação Antártica Brasileira | Rompalli Harish/Pexels
Uma equipe de cientistas brasileiros encontrou um caranguejo fossilizado na Ilha James Ross, na Antártica, que pode ajudar a recontar a história evolutiva do crustáceo.
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O animal, batizado como Sabellidromites santamarta, viveu no período Cretáceo, há cerca de 85 milhões de anos, quando a região não era o deserto gelado atual.
A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of Paleontology, integra o projeto Paleoantar, uma iniciativa do Museu Nacional e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Além da universidade fluminense, a pesquisa teve participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). A Marinha do Brasil também prestou apoio logístico.
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A descoberta foi feita durante a 41ª Operação Antártica Brasileira, expedição que envolveu 32 dias de trabalho em campo, em um acampamento isolado.
Segundo o paleontólogo Daniel Lima, primeiro autor do estudo, em entrevista à Superinteressante, o fóssil está bem preservado, incluindo partes raras como o ventre e as patas traseiras, o que dificilmente são encontrados em fósseis de caranguejos.
O que torna essa descoberta ainda mais especial é ter sido feita na Antártica. Naquele tempo, o local hoje congelado tinha clima quente e úmido, com temperaturas médias de 15 °C a 23 °C, florestas densas, rios e mares de águas mornas,
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Até agora, fósseis semelhantes haviam sido encontrados quase exclusivamente em áreas que integravam a Laurásia (geografia do período Cretáceo que unia em um só pedaço de terra a América do Norte, Europa e Ásia).
O novo fóssil, entretanto, foi encontrado ao sul, onde era o Gondwana (grande continente formado pela atual América do Sul, África, Antártica e Austrália), o que sugere uma distribuição geográfica muito mais ampla do que se imaginava.
Entre eles, o oceano Tétis funcionava como uma estrada marinha, conectando regiões tropicais e temperadas e permitindo a dispersão de organismos marinhos por grandes distâncias.
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“Isso indica que houve conexões marinhas capazes de permitir a troca de espécies entre os hemisférios do planeta”, explicou Lima à Super.
O estudo do fóssil também levou a uma revisão na classificação científica do gênero Sabellidromites.
A presença de placas endurecidas na cauda e a redução apenas da quinta pata indicam que ele pertence à família Dynomenidae, e não àquela em que era colocado anteriormente.
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Agora, pesquisadores seguem em buscas de novas respostas, e planejam comparar o novo fóssil com espécies do Hemisfério Norte e investigar mais a fundo a evolução desse grupo.
Um grupo de cientistas confirmou o encontro do caranguejo-dos-coqueiros na ilha de Car Nicobar, na Índia. Esse é o primeiro registro oficial de achamento da espécie no local desde 1874.
O estudo dos espeleólogos (espeleologia é a ciência que estuda cavernas e outras cavidades naturais subterrâneas) foi publicado no fim de maio na revista científica Journal of Threatened Taxa.
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