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Cotidiano

Caranguejo de 85 milhões de anos revoluciona conhecimento sobre espécie

Cientistas brasileiros encontraram caranguejo fossilizado em ilha da Antártica

Bruno Hoffmann

13/08/2025 às 18:00

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 Descoberta foi feita durante a 41ª Operação Antártica Brasileira

Descoberta foi feita durante a 41ª Operação Antártica Brasileira | Rompalli Harish/Pexels

Uma equipe de cientistas brasileiros encontrou um caranguejo fossilizado na Ilha James Ross, na Antártica, que pode ajudar a recontar a história evolutiva do crustáceo.

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O animal, batizado como Sabellidromites santamarta, viveu no período Cretáceo, há cerca de 85 milhões de anos, quando a região não era o deserto gelado atual.

A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of Paleontology, integra o projeto Paleoantar, uma iniciativa do Museu Nacional e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Além da universidade fluminense, a pesquisa teve participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). A Marinha do Brasil também prestou apoio logístico.

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A operação

A descoberta foi feita durante a 41ª Operação Antártica Brasileira, expedição que envolveu 32 dias de trabalho em campo, em um acampamento isolado.

Segundo o paleontólogo Daniel Lima, primeiro autor do estudo, em entrevista à Superinteressante, o fóssil está bem preservado, incluindo partes raras como o ventre e as patas traseiras, o que dificilmente são encontrados em fósseis de caranguejos.

O que torna essa descoberta ainda mais especial é ter sido feita na Antártica. Naquele tempo, o local hoje congelado tinha clima quente e úmido, com temperaturas médias de 15 °C a 23 °C, florestas densas, rios e mares de águas mornas,

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Até agora, fósseis semelhantes haviam sido encontrados quase exclusivamente em áreas que integravam a Laurásia (geografia do período Cretáceo que unia em um só pedaço de terra a América do Norte, Europa e Ásia).

O novo fóssil, entretanto, foi encontrado ao sul, onde era o Gondwana (grande continente formado pela atual América do Sul, África, Antártica e Austrália), o que sugere uma distribuição geográfica muito mais ampla do que se imaginava.

Entre eles, o oceano Tétis funcionava como uma estrada marinha, conectando regiões tropicais e temperadas e permitindo a dispersão de organismos marinhos por grandes distâncias.

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“Isso indica que houve conexões marinhas capazes de permitir a troca de espécies entre os hemisférios do planeta”, explicou Lima à Super.

O estudo do fóssil também levou a uma revisão na classificação científica do gênero Sabellidromites.

A presença de placas endurecidas na cauda e a redução apenas da quinta pata indicam que ele pertence à família Dynomenidae, e não àquela em que era colocado anteriormente.

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Agora, pesquisadores seguem em buscas de novas respostas, e planejam comparar o novo fóssil com espécies do Hemisfério Norte e investigar mais a fundo a evolução desse grupo.

Mais de caranguejos

Um grupo de cientistas confirmou o encontro do caranguejo-dos-coqueiros na ilha de Car Nicobar, na Índia. Esse é o primeiro registro oficial de achamento da espécie no local desde 1874.

O estudo dos espeleólogos (espeleologia é a ciência que estuda cavernas e outras cavidades naturais subterrâneas) foi publicado no fim de maio na revista científica Journal of Threatened Taxa.

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