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Antônio Carlos Camilo Antunes é conhecido como o 'Careca do INSS' | Reprodução/Linkedin
A Polícia Federal (PF) prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, nesta sexta-feira (12/9), suspeitos de envolvimento nas fraudes do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
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Foi revelado um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro das aposentadorias e pensões do INSS após investigação da PF. Antunes foi apontado pela Polícia Federal como o lobista “facilitador” do caso.
Segundo a PF, associações e entidades que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
Entre os anos de 2019 e 2024, o prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões. Em abril, quando a fraude foi revelada, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido.
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Antunes chegou a ser levado para a Superintendência do Distrito Federal. Os agentes também fazem buscas na casa dele.
Segundo as investigações, ele realizou a transferência de R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.
Em São Paulo, Camisotti foi preso após ser apontado como sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência.
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O advogado Nelson Willians também foi alvo da operação. Os agentes estiveram na casa e no escritório dele na cidade de São Paulo.
Por meio de nota, Willians informou que colabora “integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência.”
Segundo a nota, ele já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados, seu cliente na área jurídica, estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. O advogado esclareceu ainda que permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência.
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Ao todo, serão cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e no Distrito Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, foi quem expediu os mandados.
De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a PF, as entidades investigadas:
Ofereciam pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados de beneficiários;
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Usavam assinaturas falsas para autorizar descontos;
Criavam associações de fachada, muitas vezes presididas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade.
Essas associações realizavam cadastros de aposentados e pensionistas do INSS sem autorização e passavam a descontar mensalidades diretamente na folha de pagamento. Em diversos casos, os idosos não tinham conhecimento de que estavam sendo “associados”.
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Ainda há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram afiliados a mais de uma entidade, com erros de grafia idênticos nas fichas, apontando para fraudes.
Segundo a PF, os dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inclusão de descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam os desvios.
Toda investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU identificar indícios de crimes, foi acionada a Polícia Federal.
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