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Cemitério dos Aflitos recebeu visita de instituto carioca para preservação da história afro-brasileira | Thiago de Souza/OQTA
O Cemitério dos Aflitos, considerado o primeiro cemitério oficial da cidade de São Paulo, completa 250 anos nesta sexta-feira (3/10). Um grupo de pessoas se reunirá para celebrar a memória do espaço no bairro da Liberdade, no centro da capital paulista.
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“É uma data muito importante para a cidade de São Paulo e o Brasil”, explicou Thiago de Souza, criador do projeto O Que Te Assombra, que percorre cemitérios pelo Brasil em busca da preservação da memória histórica.
O cemitério desativado foi redescoberto em 2018, quando foram encontradas nove ossadas durante escavações na Capela dos Aflitos. Desde então, se iniciou um processo de pressão ao poder público para exaltar a história negra do bairro, marcado também pela imigração asiática.
O local deve se tornar o Museu dos Aflitos, justamente para exaltar o passado de lutas e tragédias dos escravizados em São Paulo.
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Até o século 18, os mortos católicos de classe alta eram enterrados dentro ou em volta de igrejas de São Paulo. Já os corpos dos mais pobres eram deixados em qualquer lugar. Isso começou a mudar em 1775, quando foi inaugurado o Cemitério dos Aflitos.
O local recebia restos mortais, principalmente de escravizados de origem africana e de imigrantes pobres.
Uma das personalidades mais conhecidas sepultado no local é Francisco José das Chagas, o Chaguinhas, um cabo do Exército negro que morreu enforcado em 1821 após participar de uma revolta contra desmandos da corporação. Na Liberdade também funcionava a forca pública da cidade.
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Com o tempo, Chaguinhas se tornou um milagreiro popular (como tantos outros que há no País), e até hoje fiéis vão à Capela dos Aflitos para agradecer por graças alcançadas.
“Trata-se de um cemitério público que traz essa mensagem de pluralidade, de acolhimento, de convergência de etnias e culturas que é muito a cara de São Paulo”, exaltou Thiago, em entrevista à Gazeta.
Recentemente, parte das luminárias referentes à imigração japonesa que atrapalhava a vista da capela foi retirada, como uma forma de exaltar a história negra do bairro.
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