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Materiais permitem capturar, armazenar e separar moléculas em nível atômico | Reprodução/Nobel
O cientista japonês Susumu Kitagawa, o britânico Richard Robson e o jordaniano Omar M. Yaghi venceram o Prêmio Nobel de Química de 2025, anunciado nesta quarta-feira (8/10) pela Academia Real das Ciências da Suécia.
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O valor do prêmio, de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões), será dividido igualmente entre os três pelo desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas, conhecidas como MOFs (metal-organic frameworks).
Os materiais permitem capturar, armazenar e separar moléculas em nível atômico.
Os metal-organic frameworks funcionam como uma “esponja de átomos”. Cada estrutura é formada por íons metálicos, como cobre ou zinco, ligados a cadeias orgânicas que criam cristais com milhares de poros microscópicos.
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Esses espaços permitem capturar gases, armazenar energia e separar substâncias específicas.
Os MOFs são tão porosos que poucos gramas têm área interna equivalente a um campo de futebol. Isso torna o material útil para reter grandes quantidades de gás ou vapor.
Segundo o presidente do Comitê Nobel de Química, Heiner Linke, o estudo abriu novas possibilidades para a criação de materiais sob medida, com funções específicas para a indústria e o meio ambiente.
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As pesquisas começaram na década de 1980, quando Richard Robson identificou que íons metálicos e moléculas orgânicas poderiam se unir e formar cristais com cavidades internas.
Susumu Kitagawa, da Universidade de Kyoto, demonstrou que os materiais poderiam ser estáveis e flexíveis, capazes de absorver e liberar gases sem se desintegrar.
Omar Yaghi, da Universidade da Califórnia em Berkeley, aperfeiçoou os compostos, criando versões mais resistentes, como o MOF-5, que suporta temperaturas de até 300 °C.
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Seu grupo também desenvolveu materiais capazes de extrair água do ar em desertos, que capturam vapor à noite e liberam o líquido com o calor do sol.
Os MOFs ainda estão em fase de estudo, mas já aparecem em aplicações práticas, como os seguintes:
Captura de CO em fábricas e usinas;
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Purificação de água, com retenção de poluentes e resíduos de medicamentos;
Armazenamento de hidrogênio para uso como combustível;
Controle de amadurecimento de frutas, por meio da absorção do gás etileno;
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Produção de chips e semicondutores, para conter gases tóxicos.
Susumu Kitagawa nasceu em 1951 em Kyoto, Japão, e é professor da Universidade de Kyoto. Tornou-se referência em química de coordenação e foi um dos primeiros a criar estruturas capazes de armazenar gases de forma controlada.
Richard Robson nasceu em 1937 no Reino Unido e leciona na Universidade de Melbourne, na Austrália. Foi o primeiro a propor, nos anos 1980, o uso de íons metálicos e moléculas orgânicas para formar estruturas tridimensionais com cavidades internas.
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Omar M. Yaghi nasceu em 1965 em Amã, Jordânia, e é professor da Universidade da Califórnia em Berkeley. Doutor pela Universidade de Illinois Urbana-Champaign, é considerado o responsável por tornar os MOFs materiais estáveis e aplicáveis em larga escala.
O Nobel de Química de 2024 foi concedido a David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper por estudos que decifraram as proteínas com o uso de inteligência artificial e computação de alto desempenho.
Baker, da Universidade de Washington, desenvolveu o design computacional de proteínas, usado em medicamentos e vacinas.
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Hassabis e Jumper criaram o AlphaFold2, sistema de IA da Google DeepMind que prevê a estrutura tridimensional das proteínas a partir de suas sequências.
O comitê destacou que a descoberta marcou o início da biologia assistida por inteligência artificial, acelerando o estudo de doenças e o desenvolvimento de novos tratamentos.
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