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Cotidiano

Como deve ser a flexibilização da quarentena

Governador João Doria anunciou a abertura gradual da economia a partir de 11 de maio; veja as visões favoráveis e contrárias à nova medida

27/04/2020 às 10:49

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O Plano São Paulo pretende permitir a retomada de setores considerados mais vulneráveis

O Plano São Paulo pretende permitir a retomada de setores considerados mais vulneráveis | Fernanda Carvalho/Fotos Publicas

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na quarta-feira (22) um plano para a retomada da atividade econômica no Estado a partir de 11 de maio, um dia após o fim da quarentena imposta para conter o avanço do novo coronavírus. O projeto prevê ações distintas de acordo com regiões de São Paulo.

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O Plano São Paulo, como foi batizado, pretende permitir a retomada de setores considerados mais vulneráveis. Serão criadas três zonas de cidades, conforme os casos da doença: vermelha, amarela e verde.

Não há definição ainda de quais estabelecimentos poderão voltar a funcionar - os detalhes serão divulgados somente no dia 8 de maio. Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, a flexibilização da quarentena pretende priorizar setores mais vulneráveis economicamente, como o comércio, a atividade imobiliária, a cultura e o turismo.

Durante a coletiva, Doria destacou várias vezes que as novas medidas são baseadas somente em critérios da medicina e da ciência.

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Parte dos especialistas alerta, porém, que antes de flexibilizar a quarentena é preciso realizar testes em massa. O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, afirmou em entrevista coletiva na semana passada que o Estado não pretende fazer testes em massa na população, apesar da compra de 1,3 milhão de testes.

“Esses exames de agora serão destinados exclusivamente à questão operacional. Não existe programação, como feito em outros países, de um nível de testagem do estado inteiro”, disse o secretário, após uma pergunta da reportagem da Gazeta. O governo, ao menos, anunciou que conseguiu zerar a fila de testes pendentes no Estado.

Em outros estados como Santa Catarina já houve a flexibilização. Shoppings, academias e igrejas foram reabertas no último dia 20. Houve uma retomada de parte da economia, mas estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade da Região de Joinville mostra que a atitude ajudou a Covid-19 a se alastrar em um momento em que a doença parecia controlada.

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Sob o cenário atual, a reabertura econômica é vista, no mínimo, como temerária por parte da comunidade científica, em um momento em que o Estado não atingiu ainda o pico da doença. Há outros setores, porém, que defendem ser possível conciliar o controle da pandemia com maior flexibilidade econômica – ideia defendida não apenas por empresários, mas por trabalhadores preocupados em sobreviver. O tempo dirá quem está certo. E a expectativa é que esse tempo não esteja tão distante.

'Deixa quem não tem risco trabalhar'

Para Paulo Olzon, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a ideia do isolamento para todos os grupos foi inadequada desde o início da pandemia do novo coronavírus.

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"Sempre foi assim: afasta quem tem risco e deixa quem não tem risco trabalhar normal. A quarentena é de um tempo que não se tinham outros recursos. Vivemos em uma sociedade diferente hoje", diz o especialista, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

Dessa forma, o especialista defende que as pessoas do grupo de risco fiquem resguardadas e aqueles que estão fora voltem às atividades.

De acordo com ele, a temperatura do Brasil é um fator importante, já que o vírus pode ter dificuldade em se propagar em clima quente.

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O infectologista da Unifesp também defende o uso da cloroquina aos pacientes. Segundo ele, numa situação grave, não é possível esperar o resultado de pesquisa, que pode durar anos, para liberar o uso do remédio.

‘Vírus vai estar no paraíso’, diz professor

“O vírus vai estar no paraíso se for criada qualquer zona de flexibilização hoje no Estado. Isso não é uma predição leviana, é um fato”, afirma Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, contrário às medidas de abertura econômica propostas pelo governador João Doria.

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Para ele, a decisão vai levar o sistema de saúde paulista ao colapso, como ocorreu recentemente em Manaus. O professor explica ainda que as notificações de casos pelo governo são bem menores do que a quantidade de casos reais.

“As nossas estimativas é que em 22 de abril, na verdade, o número de casos no Estado era de 257.508 pessoas infectadas”. O número informado pelo governo nessa data foi de 15.914 registros da doença.

O professor acredita que a gestão Doria tomou a decisão após pressão de setores econômicos do Estado. “Agora, se ele age baseado em critérios estritamente técnicos e científicos, como disse, por favor, apresente isso à comunidade científica”, desafia.

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O que deve abrir já a partir de 11 de maio (com restrições)

• Comércio
• Atividades imobiliárias
• Escritórios de advocacia
• Setor de cultura criativa
• Setor de turismo
• Shoppings
• Restaurantes

As regras aos comércios abertos em Santa Catarina

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• Utilização de máscara por todos os funcionários
• Álcool em gel 70% disponível na entrada e na saída do estabelecimento
• Higienização frequente das superfícies de toques
• Limpeza frequente do sistema de ar-condicionado
• Garantia de circulação de ar com, no mínimo, uma porta ou janela abertas
• Não trabalho de pessoas dos grupos de risco.

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