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Cotidiano

Como é o tratamento inovador que curou morador de SP do HIV e surpreendeu o mundo

Paciente conseguiu remissão prolongada do vírus após protocolo da Unifesp

José Adryan

17/09/2025 às 16:48

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Tratamento inovador teve resultado que superou a expectativa

Tratamento inovador teve resultado que superou a expectativa | Freepik

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) anunciaram um resultado marcante no enfrentamento ao HIV.

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Tratamento desenvolvido na Unifesp deixou paciente por 78 semanas com carga indetectável
Tratamento desenvolvido na Unifesp deixou paciente por 78 semanas com carga indetectável
Após o período, vírus voltou a aparecer. Não se sabe se foi uma reinfecção ou algum vírus de seu reservatório que sobreviveu ao tratamento (Fotos: Freepik)
Após o período, vírus voltou a aparecer. Não se sabe se foi uma reinfecção ou algum vírus de seu reservatório que sobreviveu ao tratamento (Fotos: Freepik)

Um voluntário permaneceu sem sinais detectáveis do vírus por 78 semanas, equivalente a um ano e meio, com um método inovador que reduz a dependência do coquetel tradicional.

Segundo os infectologistas que acompanharam o caso, ele viveu uma “cura funcional” no período entre 2020 e 2021.

Avanço científico

O tratamento contra o HIV normalmente mantém a carga viral em níveis indetectáveis, o que impede adoecimento ou transmissão, mas ainda restam partículas escondidas nas células que continuam gerando anticorpos. 

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O paciente de São Paulo, cuja identidade foi preservada, pareceu eliminar essa carga residual por 17 meses.

Exames registraram ausência do vírus nas células e desaparecimento dos anticorpos, sinais raríssimos e presentes apenas em pacientes que já foram considerados curados.

“A maior dificuldade em curar o HIV é que o vírus fica latente. No mundo inteiro, estudiosos tentam desenvolver drogas que quebrem essa dormência”, afirmou o médico Ricardo Sobhie Diaz, coordenador do estudo, em entrevista ao Metrópoles.

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“Vimos que a nicotinamida desperta o vírus; confirmamos isso no laboratório e levamos para o ensaio clínico”, acrescentou.

O caso do paciente paulista, porém, não é validado como cura oficial. Ele voltou a apresentar infecção em 2021, após contrair sífilis. Atualmente, segue em tratamento com o coquetel padrão contra o HIV.

Como foi o estudo?

Iniciado em 2015, o estudo incluiu 30 homens latinos com idade média de 38 anos. Depois de 48 semanas de terapia, a medicação foi suspensa para verificar se haveria remissão. Na maioria, o vírus retornou em poucas semanas.

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O voluntário P13, entretanto, apresentou resposta excepcional, mantendo o HIV indetectável por 78 semanas. Esses resultados alimentam a perspectiva de novos caminhos terapêuticos.

O protocolo testado pela Unifesp combina o coquetel convencional a três medicamentos adicionais, que eliminam células onde o vírus se esconde.

Além disso, a estratégia inclui fármacos que despertam o HIV adormecido, permitindo que o coquetel consiga atacá-lo, algo que os tratamentos atuais ainda não conseguem realizar.

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Limites e incertezas

No ensaio, os efeitos adversos foram leves. O relatório destacou segurança, sem queda relevante da imunidade ou piora do controle viral em nenhum dos pacientes.

Resultados equivalentes só tinham sido observados até agora em casos de transplante de medula óssea.

Hoje, a comunidade científica reconhece sete pessoas curadas do HIV, todas por meio de transplante de células-tronco (ou medula) em tratamento contra o câncer.

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O primeiro registro foi Timothy Ray Brown, conhecido como “paciente de Berlim”, em 2008. O mais recente ocorreu com outro paciente na Alemanha, anunciado em 2024.

Apesar de avanços, o transplante não é aplicável a todos com HIV. Ele é reservado a situações específicas, como câncer, e envolve alto risco clínico.

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