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Trump exibe documento em que assina a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris | Reprodução/CNN
A COP30, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), será realizada em Belém do Pará, entre 10 e 21 de novembro, com o intuito de colocar quase todas as nações do mundo na mesa de negociações para garantir um futuro sustentável para o planeta.
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Como é natural, o evento colecionou avanços, mas também polêmicas desde 1995, quando foi realizada a primeira edição.
Algumas controvérsias vieram de temas centrais, a partir de decisões de chefes de estado. Outras surgiram de tópicos mais cotidianos, porém também importantes, como a culinária a ser servida. Veja, abaixo, as principais delas.
Há 10 anos, na COP21, foi firmado o Acordo de Paris, em que quase 200 países se comprometeram a tomar ações para desacelerar o aquecimento global. Dois anos depois, porém, o presidente norte-americano Donald Trump tirou o país do tratado.
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Ao tomar posse no segundo mandato, em janeiro de 2025, Trump voltou a afirmar que retiraria totalmente a nação do acordo, já que, segundo ele, beneficia outros países em detrimento dos interesses norte-americanos.
De forma geral, um consenso atual é que o Acordo de Paris avançou menos do que o combinado 10 anos depois da assinatura do tratado.
Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, as metas não serão alcançadas com a realidade atual.
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Um dos documentos evidenciando o descompasso é o relatório State of Climate Action 2025, produzido pela ONG World Resources Institute (WRI) e por parceiros. O levantamento mostra que alguns setores já começaram a se mexer, mas que há muitos que revelam uma ação ainda tímida, longe das metas estabelecidas.
Seis dos 45 setores analisados caminham na direção certa da transição, mas muito devagar, e cinco deles estão sofrendo retrocesso. Outros cinco não receberam avaliação por falta de dados.
“O ritmo e a escala da mudança permanecem lamentavelmente inadequados, com nenhum indicador avaliado neste relatório atualmente no caminho certo para atingir a meta de 2030 consistente com a limitação do aquecimento a 1,5°C”, escreveram os autores do trabalho.
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O primeiro grande acordo das COPs foi realizado na terceira edição, em Kyoto, no Japão, em 1997. O Protocolo de Kyoto determinou a redução da emissão de poluentes em 5,2% em comparação a 1990.
O acordo, porém, só entrou em vigor oito anos depois, em 2005, após a saída dos Estados Unidos em 2021, durante a COP6, de Haia, na Holanda. Era necessário que pelo menos 55 países que somassem 55% das emissões planetárias aderissem ao texto.
A decisão por realizar a COP28 gerou uma série de controversas, pela nação ser uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, produto considerado uma das principais causas das alterações climáticas em nível mundial.
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Como país-sede, o governo nomeou o presidente-executivo da empresa petrolífera estatal, Sultan al-Jaber, como líder das negociações da COP28.
Observadores das negociações relataram que Arábia Saudita e Rússia estavam entre as nações que insistiram para que a conferência se concentrasse apenas na redução da poluição climática, sem ter como alvo os combustíveis fósseis.
A conferência de 2024, em Baku, no Azerbaijão, terminou com a aprovação de um acordo sobre a Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG, na sigla em inglês) de financiamento climático no âmbito do Acordo de Paris.
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Com isso, os países desenvolvidos se comprometeram a fornecer, no mínimo, 30 bilhões de dólares anuais até 2035 para apoiar os países em desenvolvimento na diminuição de suas emissões de gases de efeito estufa e na adaptação aos impactos das mudanças climáticas.
Em nota após o encontro de Baku, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil informou que o valor foi considerado insuficiente pelo governo brasileiro e por outros países em desenvolvimento. Os recursos necessários seriam de 1,3 trilhão de dólares a cada ano, segundo a Pasta.
Além disso, o compromisso anterior de financiamento dos países ricos aos em desenvolvimento, firmado em 2009, em Copenhague, na Dinamarca, não teria sido plenamente cumprido.
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“Precisamos de um realinhamento em relação àquilo que é essencial de um processo multilateral: a confiança. É preciso que honremos os nossos compromissos”, disse a ministra Marina Silva após o fim da conferência em Baku, visivelmente incomodada.
Um grupo de 17 procuradores norte-americanos formalizou nesta semana um pedido ao governo de Donald Trump para que o presidente daquele país não participe da COP30.
Segundo os signatários, a presença dos Estados Unidos no evento poderia ser interpretada como endosso a políticas ambientais que divergem da agenda energética defendida pelo governo norte-americano.
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Trump ainda não se pronunciou sobre o pedido.
Neste ano, uma delas estava relacionada à culinária servida aos participantes. A Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) listou alimentos e bebidas considerados com alto risco de contaminação e que, portanto, estariam proibidos nos espaços dos eventos da COP30. Entre esses alimentos estavam o açaí, o tucupi, sucos de fruta in natura e a maniçoba, todos itens clássicos da culinária paraense.
A proibição gerou uma onda de críticas. O chef Saulo Jennings foi um dos que criticou o edital. “É um crime contra nosso povo, contra a nossa gastronomia, contra a comida que alimentou nossa ancestralidade toda, a gente só sobrevive por causa desse alimento”, afirmou em publicação nas redes sociais.
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A decisão também incomodou autoridades brasileiras, e o ministro do Turismo, Celso Sabino, interveio em prol das delícias locais. Em nota, a organização da COP30 informou que, após análise técnica, foi publicada uma errata para incorporar a culinária paraense.
Um tema que se tornou central na discussão pré-COP30 foram os preços considerados abusivos de boa parte da rede hoteleira belenense.
Em setembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo federal irá acionar judicialmente estabelecimentos hoteleiros que estejam abusando dos preços.
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"Nós vamos acionar juridicamente, buscando trazer esses preços para o patamar da razoabilidade. Não é correto, não é justo que hotéis - inclusive alguns que utilizam prédios públicos e que acessaram recursos subsidiados - estejam cobrando valores estratosféricos. Isso não corresponde ao que queremos fixar como imagem de Belém", disse o ministro.
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