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Pesquisadores observam que parte da rigidez arterial tende a diminuir cerca de um ano após a doença | Freepik
Um estudo que envolveu mais de 2 mil pessoas em 16 países revelou que até quem teve Covid-19 leve apresenta artérias mais rígidas do que quem nunca foi infectado.
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Essa rigidez indica um envelhecimento vascular precoce, segundo o consórcio Cartesian, responsável pela pesquisa publicada no European Heart Journal.
“O estudo mostrou que pessoas que tiveram Covid-19 apresentam maior rigidez das grandes artérias, o que pode indicar envelhecimento vascular e comprometer o fluxo de sangue para o cérebro e outros órgãos”, explicou Emmanuel Ciolac, professor da Unesp, à Agência Fapesp.
O efeito foi mais acentuado em mulheres, sobretudo entre aquelas que relataram sintomas persistentes. Já entre os homens, a diferença entre infectados e não infectados não foi tão expressiva.
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Os cientistas mediram a velocidade da onda de pulso carótida-femoral, um exame que indica a elasticidade das artérias. Valores mais altos significam vasos mais duros. Seis meses após a infecção, os ex-pacientes já mostravam uma rigidez superior, sinal de envelhecimento vascular acelerado.
A boa notícia é que, cerca de um ano depois da doença, parte dessa rigidez parece diminuir. Isso indica que o organismo pode se recuperar parcialmente com o tempo, embora ainda exija acompanhamento médico.
Outro dado relevante foi o papel da vacinação: pessoas vacinadas apresentaram níveis menores de rigidez arterial em comparação às não vacinadas, reforçando a importância da imunização.
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De acordo com Ciolac, os resultados destacam a importância de programas de reabilitação para quem teve Covid-19. “A atividade física regular pode ajudar a reverter parte do endurecimento arterial e melhorar a saúde cardiovascular”, afirmou o pesquisador.
Ele lembra que o envelhecimento vascular precoce é uma das causas de doenças graves, como infarto e AVC, e que compreender os efeitos de longo prazo da Covid-19 é essencial para prevenir complicações futuras.
Apesar dos riscos, o estudo também aponta esperança: com acompanhamento adequado e hábitos saudáveis, parte dos danos pode ser revertida, e o coração pode voltar a bater em um ritmo mais equilibrado.
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