Criminosos se passam por advogados e aplicam golpe com dados reais

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, em São Paulo, três suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada em aplicar estelionatos, adulterar documentos e usar falsas identidades no Rio Grande do Sul, em um golpe conhecido como “falso advogado”.

As prisões ocorreram nesta terça-feira (15/7), na segunda fase da Operação Falso Patrono, conduzida por policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos. A Polícia Civil de São Paulo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) gaúcha apoiaram a ação.

Com o aumento desse tipo de golpe, a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) intensificou a campanha “Antes de Confiar, Confirme”, com foco na proteção da sociedade civil e da advocacia.

O golpe envolve o uso de informações reais de processos judiciais. Os criminosos entram em contato com as vítimas por meio de WhatsApp clonado, e-mails falsos ou ligações telefônicas, solicitando pagamentos urgentes via Pix para liberação de valores, perícias ou alvarás.

Iniciativa

A iniciativa surge diante de um cenário preocupante: mais de 2 mil denúncias registradas e cerca de 10 mil consultas sobre a autenticidade de profissionais foram recebidas pela entidade, que representa mais de 75 mil advogados em todo o País.

Diante desse cenário, a associação realiza a ação para diminuir as chances de golpe.

“Estamos combatendo o golpe e, ao mesmo tempo, defendendo os profissionais que atuam com seriedade e respeito à sociedade”, afirma Renata Castello Branco Mariz de Oliveira, presidente da associação.

A campanha disponibiliza material gratuito para orientação e compartilhamento em redes sociais, e-mails, aplicativos de mensagens e até assinaturas digitais.

O conteúdo inclui e-book, perguntas e respostas, guias práticos e links úteis para conscientizar o maior número possível de pessoas.

Como o golpe acontece e o que fazer

Falsos advogados entram em contato com vítimas, muitas vezes usando números de WhatsApp clonados, e se aproveitam da urgência ou da falta de informação para exigir transferências financeiras.

Os golpistas usam linguagem técnica e detalhes de processos reais, o que dificulta o reconhecimento imediato da fraude. O que a AASP recomenda em casos como este:

• Desconfiar de contatos não oficiais e propostas de liberação imediata de valores;
• Nunca faça pagamentos sem falar diretamente com o escritório de advocacia;
• Verificar a identidade do profissional nos canais da OAB ou diretamente com o escritório;
• Ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp e e-mails profissionais;
• Evitar clicar em links ou baixar arquivos de remetentes desconhecidos.

Se você suspeita de um golpe, não transfira valores, salve todas as conversas, registre um boletim de ocorrência e denuncie.

A fraude pode configurar estelionato, falsidade ideológica e uso indevido da identidade profissional.

Com a campanha, a AASP espera não apenas conter a disseminação desses golpes, mas também fortalecer a confiança na advocacia séria, que atua em defesa do cidadão e da justiça.