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Descoberta foi feita na Serra Geral de Goiás, região próxima à divisa com Tocantins e Bahia | Divulgação/Joana Paula Sanchez
Pesquisadores identificaram pela primeira vez no Brasil formações geológicas conhecidas como “chaminés de fada” ou demoiselles, estruturas raras em que colunas de arenito sustentam rochas arredondadas em perfeito equilíbrio.
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A descoberta foi feita na Serra Geral de Goiás, região próxima à divisa com Tocantins e Bahia. As formações foram encontradas nos fundos da propriedade rural de Domingos Ferreira da Silva, no nordeste goiano.
De acordo com Rodrigo Ferreira, o local foi visto pela primeira vez em 2015, quando ele acompanhou o pai, Domingos Ferreira, até a região aos pés da Serra Geral de Goiás.
Na ocasião, Rodrigo contou que seguiram a cavalo pela areia até se depararem com as estruturas de formato incomum.
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As fotos feitas por ele chamaram a atenção da geóloga Joana Paula Sanchez, pesquisadora do Laboratório de Geologia em Áreas Turísticas da Universidade Federal de Goiás (UFG), que confirmou à Folha de S.Paulo se tratar de um fenômeno geológico raro.
Segundo Sanchez, pequenas formações desse tipo podem ser vistas em barrancos, mas estruturas de grande porte e espalhadas por uma área tão ampla são extremamente incomuns no mundo.
As chaminés de fada mais conhecidas ficam na Capadócia (Turquia), mas também ocorrem nos Alpes franceses, em Utah (EUA), e em pequenas regiões do Canadá, Itália e Taiwan.
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No caso brasileiro, as torres chegam a três metros de altura, cercadas por centenas de versões menores, o que rendeu ao local o apelido de “Vale de Marte”, dado por moradores.
O fenômeno ocorre por erosão diferencial, quando uma rocha mais resistente protege a rocha mais frágil da ação da chuva e do vento.
A área, situada em um dos trechos mais preservados da Serra Geral de Goiás, foi visitada por técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que anexaram o relatório a um processo para criação de uma unidade de conservação, aberto em 16 de setembro.
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Apesar da descoberta, o Cerrado segue ameaçado por desmatamento, incêndios florestais e mudanças climáticas. Durante a visita, os pesquisadores relataram que um foco de incêndio próximo iluminava o horizonte, evidenciando os riscos à preservação da paisagem.
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