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Cotidiano

Discurso de cardeal marca início do conclave nesta quarta

Cerimônia da início ao primeiro dia de votação para o novo pontífice; Leia a homilia na íntegra

Hebert Dabanovich

07/05/2025 às 10:10

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Cardeal decano Giovanni Battista Re pediu luz para os cardeais responsáveis pela escolha do novo papa

Cardeal decano Giovanni Battista Re pediu luz para os cardeais responsáveis pela escolha do novo papa | Divugação/Vaticano

Durante a missa celebrada antes do início das votações do conclave, o cardeal decano Giovanni Battista Re pediu luz para os cardeais responsáveis pela escolha do novo papa.

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A cerimônia, chamada Pro Eligendo Pontifice, começou nesta quarta-feira (7/5), às 5h pelo horário de Brasília e às 10h no horário local.

"Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história", disse.

Na homilia, o cardeal decano destacou a responsabilidade do novo papa em manter a unidade da Igreja Católica.

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"A unidade da Igreja é desejada por Cristo, uma unidade que não significa uniformidade, mas comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se permaneça plenamente fiel ao Evangelho. Entre as tarefas de cada Sucessor de Pedro conta-se a de fazer crescer a comunhão: comunhão de todos os cristãos com Cristo, comunhão dos bispos com o papa e comunhão dos bispos entre si. Não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a comunhão entre as pessoas, os povos e as culturas, tendo sempre em vista que a Igreja seja ‘casa e escola de comunhão'', continuou o religioso.

A missa reuniu cantos, orações e a homilia voltada à preparação dos cardeais para a escolha do novo papa.

Durante o rito, foram feitas menções ao papa Francisco, morto aos 88 anos em abril, como na oração "oremos pelo falecido romano pontífice Francisco".

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Confira a homília completa desta quarta-feira (7/5)

"Nos Atos dos Apóstolos, lê-se que após a ascensão de Cristo ao céu, e enquanto aguardavam o dia de Pentecostes, todos perseveravam e estavam unidos em oração com Maria, a Mãe de Jesus (cf. Act 1, 14).

É exatamente isso o que nós também estamos a fazer, a poucas horas do início do Conclave, sob o olhar da Virgem Maria colocada ao lado do altar, nesta Basílica que se ergue sobre o túmulo do Apóstolo Pedro.

Sentimos unido a nós todo o povo de Deus, com o seu sentido de fé, de amor ao papa e de espera confiante.

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Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história.

Rezar, invocando o Espírito Santo, é a única atitude justa e necessária, enquanto os Cardeais eleitores se preparam para um ato de máxima responsabilidade humana e eclesial e para uma escolha de excepcional importância; um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade.

No Evangelho que foi proclamado, ressoaram palavras que nos conduzem ao coração da suprema mensagem-testamento de Jesus, confiada aos seus Apóstolos na noite da Última Ceia, no Cenáculo: "É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei" (Jo 15, 12). E quase para precisar este "como Eu vos amei" e indicar até onde deve chegar o nosso amor, Jesus afirma a seguir: "Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos" (Jo 15, 13).

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É a mensagem do amor, que Jesus define como "novo" mandamento. Novo porque amplia grandemente, transformando-a em positiva, a advertência do Antigo Testamento, que dizia: "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti".

O amor que Jesus revela não conhece limites e deve caracterizar os pensamentos e as ações de todos os seus discípulos, que devem sempre demonstrar amor autêntico em seu comportamento e empenhar-se na construção de uma nova civilização, aquela que Paulo VI chamou de "civilização do amor". O amor é a única força capaz de mudar o mundo.

Jesus deu-nos o exemplo desse amor no início da Última Ceia com um gesto surpreendente: abaixou-se para servir os outros, lavando os pés dos Apóstolos, sem discriminação, sem excluir Judas, que o trairia.

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Esta mensagem de Jesus está relacionada com o que ouvimos na primeira leitura da Missa, na qual o profeta Isaías nos lembrou que a qualidade fundamental dos Pastores é o amor até à entrega total de si mesmo.

Surge, portanto, dos textos litúrgicos desta celebração eucarística, um convite ao amor fraterno, à ajuda recíproca e ao empenho em favor da comunhão eclesial e da fraternidade humana universal. Entre as tarefas de cada Sucessor de Pedro conta-se a de fazer crescer a comunhão: comunhão de todos os cristãos com Cristo, comunhão dos bispos com o papa e comunhão dos bispos entre si. Não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a comunhão entre as pessoas, os povos e as culturas, tendo sempre em vista que a Igreja seja "casa e escola de comunhão".

Além disso, é forte o apelo à manutenção da unidade da Igreja segundo o caminho indicado por Cristo aos Apóstolos. A unidade da Igreja é desejada por Cristo, uma unidade que não significa uniformidade, mas comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se permaneça plenamente fiel ao Evangelho.

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Cada papa continua a encarnar Pedro e a sua missão e, assim, representa Cristo na terra; ele é a rocha sobre a qual a Igreja é edificada (cf. Mt 16, 18). A eleição do novo papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna.

Os Cardeais eleitores expressarão o seu voto na Capela Sistina, onde, como diz a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, "tudo concorre para avivar a consciência da presença de Deus, diante do qual deverá cada um apresentar-se um dia para ser julgado".

No Tríptico Romano, o papa João Paulo II desejava que, nas horas da grande decisão através do voto, a imagem imponente de Cristo Juiz, pintada por Michelangelo, lembrasse a cada um a grande responsabilidade de colocar as "chaves supremas" (Dante) nas mãos certas.

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Rezemos, portanto, para que o Espírito Santo, que nos últimos cem anos nos deu uma série de pontífices verdadeiramente santos e notáveis, nos conceda um novo papa segundo o coração de Deus, para o bem da Igreja e da humanidade.

Oremos para que Deus conceda à Igreja o papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus.

O mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda daqueles valores fundamentais, humanos e espirituais, sem os quais a convivência humana nem será melhor nem beneficiará as gerações futuras.

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Que a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, nos auxilie com a sua materna intercessão, para que o Espírito Santo ilumine as mentes dos Cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do papa de que o nosso tempo necessita'".

Processo de votação no conclave

Depois da missa, na parte da tarde, os cardeais seguem em procissão até a Capela Sistina, cantando o hino Veni Creator para pedir a presença do Espírito Santo.

Na capela, fazem um juramento de manter sigilo absoluto sobre todo o processo de votação. A previsão é que a eleição do novo papa dure entre dois e três dias.

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Com todos reunidos, o mestre de cerimônias anuncia o "Extra omnes", solicitando a saída de quem não participa da votação. A Capela Sistina é então fechada, e os cardeais ficam isolados do mundo exterior.

A palavra conclave vem do latim cum clavis, que significa "fechado à chave". Participam da eleição 133 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros.

O conclave começa com o sorteio de nove cardeais, divididos em três funções: recolher votos de quem estiver doente (infirmarii), contar os votos (escrutinadores) e revisar os resultados (revisores).

Cada cardeal preenche uma cédula com o nome escolhido, dobra o papel e deposita em uma urna. No final, os votos são lidos em voz alta, registrados, furados e amarrados. As cédulas são queimadas após a contagem.

Fumaça na chaminé

A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina informa o resultado ao público. Fumaça branca indica que um novo papa foi eleito. Fumaça preta indica que a votação foi inconclusiva e será retomada.

Para eleger o novo pontífice, são necessários 89 votos dos 133 cardeais.

Nesta quarta-feira, está prevista apenas uma votação durante a tarde. Se não houver decisão, até quatro votações podem ocorrer na quinta-feira (8/5), duas pela manhã e duas à tarde.

Horários previstos divulgados pelo Vaticano:

  • Perto de 14h (horário de Brasília) desta quarta-feira (7/5): primeira votação. Primeira fumaça da chaminé da Capela Sistina, provavelmente preta.
  • Perto de 5h30 (horário de Brasília) de quinta-feira (8/5): primeira votação do segundo dia. Se um papa for escolhido, haverá fumaça branca.
  • Perto de 7h (horário de Brasília) de quinta-feira (8/5): segunda votação do dia. Se houver decisão, a fumaça será branca; se não, preta.
  • Perto de 12h30 (horário de Brasília) de quinta-feira (8/5): terceira votação do dia. Fumaça branca em caso de eleição; nenhuma fumaça se a votação for inconclusiva.
  • Perto de 14h (horário de Brasília) de quinta-feira (8/5): quarta votação do dia. Fumaça branca para eleição, preta se não houver definição.

Se após três dias de votações não houver resultado, o conclave é suspenso por 24 horas para orações. A pausa pode acontecer novamente após outras sete rodadas sem decisão.

Caso nenhuma escolha seja feita após 34 votações, apenas os dois cardeais mais votados passam a disputar a eleição.

Quando um papa é escolhido, é perguntado se aceita a função e qual nome usará. Depois, ele se recolhe na Sala das Lágrimas, onde veste o traje papal.

Em seguida, o novo pontífice é anunciado e faz sua primeira aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro.

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