Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Consumo de maconha pode dobrar o risco de morte por doenças cardíacas | Pexels
Uma nova análise com dados de cerca de 200 milhões de pessoas indica que o consumo de maconha pode dobrar o risco de morte por doenças cardíacas.
Continua depois da publicidade
Os resultados foram publicados na terça-feira (17/6) na revista científica Heart e reuniram estudos realizados entre 2016 e 2023 em países como Austrália, Egito, Canadá, França, Suécia e Estados Unidos.
A principal autora da pesquisa é Émilie Jouanjus, da Universidade de Toulouse. Ela destacou que muitos pacientes eram jovens e não apresentavam histórico de doenças cardiovasculares nem fatores de risco conhecidos, como o tabagismo.
A análise também evidenciou que usuários de cannabis têm 29% mais risco de infarto e 20% mais risco de acidente vascular cerebral (AVC) do que pessoas que não utilizam a substância.
Continua depois da publicidade
Em entrevista à CNN, a pediatra Lynn Silver, professora de epidemiologia da Universidade da Califórnia e consultora do Public Health Institute, afirmou que os dados levantam dúvidas sobre a ideia de que a cannabis representa pouco risco ao coração.
Ela também é coautora de um editorial publicado com o estudo, que propõe uma mudança de postura por parte de profissionais da saúde e autoridades reguladoras.
Segundo ela, é necessário incluir o uso de cannabis nas orientações médicas, de forma semelhante ao que já é feito em relação ao tabaco. Silver também defendeu que os alertas de saúde sobre a maconha recebam mais atenção das autoridades e não somente a regulamentação do mercado.
Continua depois da publicidade
Embora os estudos analisados não detalhem a forma de uso da substância como fumo, vaporização, ingestão ou outras, os pesquisadores indicam que o fumo ainda é o método mais comum, com base em dados anteriores.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), tanto a fumaça quanto os produtos químicos do tabaco danificam vasos sanguíneos e aumentam a chance de coágulos.
Por isso, especialistas acreditam que os efeitos da maconha fumada possam ser semelhantes. Silver ainda destacou que a fumaça passiva também é perigosa.
Continua depois da publicidade
A professora Beth Cohen, da Universidade da Califórnia em São Francisco, reforçou que a percepção de que a maconha seria menos prejudicial por ser “natural” não se sustenta. Ao portal, ela pontua que qualquer substância queimada gera compostos tóxicos e cancerígenos que afetam a saúde.
Os chamados comestíveis, alimentos com THC, substância psicoativa da cannabis também podem estar ligados a riscos cardiovasculares.
Um estudo publicado em maio de 2025 mostrou que usuários desses produtos apresentaram sinais de comprometimento vascular semelhantes aos de fumantes.
Continua depois da publicidade
De acordo com a pesquisadora Leila Mohammadi, a função vascular apresentou redução de 42% entre fumantes de maconha e de 56% entre usuários de comestíveis com THC, em comparação com pessoas que não utilizam a substância.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade