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Silvio Almeida acabou demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 6 de setembro de 2024 | Tânia Rêgo/Agência Brasil
O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida foi indiciado pela Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (14/11), pelo crime de importunação sexual. Isso encerra a fase de inquérito, iniciada após denúncias de assédio terem se tornado públicas em 2024.
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O caso tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que irá decidir sobre a apresentação de denúncia, pedido de novas diligências ou arquivamento. O inquérito no STF está sob a responsabilidade do ministro André Mendonça.
Paulo Gonet, procurador-geral da República, será o responsável por analisar o material reunido pela PF. Segundo o Código Penal, é considerado crime de importunação sexual quando a prática de ato libidinoso ocorre sem consentimento, com pena prevista de um a cinco anos de reclusão.
O caso veio a público em setembro de 2024, após reportagem sobre relatos recebidos pelo movimento Me Too, organização que atua no acolhimento de vítimas de violência sexual. À época, o grupo afirmou que mulheres denunciaram para seus canais condutas atribuídas ao então ministro.
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Com a repercussão, Silvio Almeida acabou demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 6 de setembro daquele ano. Desde então, o caso passou a ser investigado formalmente pela PF.
Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi uma das mulheres que prestaram depoimento. Em outubro de 2024, ela depôs à PF e confirmou, em entrevista à revista Veja, ser uma das vítimas, declarando que não havia denunciado antes por receio de não ter sua versão reconhecida.
Conforme o relato de Anielle à PF, episódios de importunação teriam ocorrido ainda durante a transição de governo, em 2022. Uma reportagem da revista Piauí descreveu uma das situações investigadas, supostamente ocorrida em dezembro daquele ano, envolvendo contato físico e comentários de cunho sexual.
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As outras mulheres ouvidas tiveram as identidades mantidas em sigilo.
Silvio Almeida tem negado publicamente todas as acusações, além de afirmar ser alvo de perseguição política e de ataques motivados por racismo. Em entrevista concedida ao Portal UOL em fevereiro deste ano, o ex-ministro disse ter convivido pouco com Anielle Franco e rejeitou qualquer conduta inadequada.
Almeida retomou suas atividades profissionais no início deste ano e afirmou, em seu canal no YouTube, que está sendo alvo de tentativa de “apagamento” e criticou a atuação do movimento Me Too, que, segundo ele, buscaria prejudicá-lo por motivos políticos. Ele classificou os relatos como “mentiras e falsidades”.
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Em março, a ministra do STF Cármen Lúcia cobrou explicações de Almeida sobre as declarações contra o movimento Me Too Brasil, que acusa o ex-ministro de difamação.
Com o indiciamento concluído, o caso aguarda agora a manifestação da PGR, que pode oferecer denúncia ao STF, pedir novas diligências ou arquivar o inquérito, caso avalie não haver elementos suficientes para prosseguir.
Em paralelo ao processo criminal, o ex-ministro também respondeu a procedimentos na Comissão de Ética da Presidência da República. Duas novas denúncias foram protocoladas em 2024, sem relação com assédio sexual, e uma delas foi arquivada no fim do mesmo ano.
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