A+

A-

Alternar Contraste

Terça, 04 Novembro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Exclusivo: ministro do Turismo vê COP30 como chance histórica ao Brasil

Celso Sabino acredita que evento deve colocar País na liderança da economia verde e destacar ao mundo os biomas nacionais

Bruno Hoffmann

04/11/2025 às 10:00  atualizado em 04/11/2025 às 10:28

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Celso Sabino é ministro do Turismo do governo Lula

Celso Sabino é ministro do Turismo do governo Lula | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro do Turismo, Celso Sabino, está na expectativa do início da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas (ONU). O evento ocorre entre 10 e 21 de novembro em Belém, capital do Pará, considerada a porta de entrada da Amazônia brasileira.

Continua depois da publicidade

Em entrevista exclusiva à Gazeta, Sabino, que é paraense, disse entender o evento como “uma oportunidade histórica para o fortalecimento do turismo sustentável e para a projeção internacional do Brasil como liderança em economia verde”.

A cidade de Belém deve acolher cerca de 50 mil visitantes durante a COP30/Fernando Frazão/Agência Brasil
A cidade de Belém deve acolher cerca de 50 mil visitantes durante a COP30/Fernando Frazão/Agência Brasil
'O turismo que defendemos não é o que apenas gera lucro para poucos, mas sim o que gera dignidade para muitos'/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
'O turismo que defendemos não é o que apenas gera lucro para poucos, mas sim o que gera dignidade para muitos'/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
'Continuo no governo e continuo ao lado do presidente Lula por entender que este é o melhor projeto para o País'/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
'Continuo no governo e continuo ao lado do presidente Lula por entender que este é o melhor projeto para o País'/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A pretensão, contou ainda, é usar a oportunidade para destacar internacionalmente os biomas brasileiros/Reprodução/TV Brasil
A pretensão, contou ainda, é usar a oportunidade para destacar internacionalmente os biomas brasileiros/Reprodução/TV Brasil
Sabino disse entender o evento como 'uma oportunidade histórica para o fortalecimento do turismo sustentável'/Joédson Alves/Agência Brasil
Sabino disse entender o evento como 'uma oportunidade histórica para o fortalecimento do turismo sustentável'/Joédson Alves/Agência Brasil

Para ele, a ideia é usar a oportunidade para destacar internacionalmente os outros biomas brasileiros, como o Pantanal e o Cerrado, e criar uma rede turística que não concentre o lucro em poucos.

Ele também comentou a polêmica sobre a alta dos preços da rede hoteleira belenense para a COP30, e explicou a decisão de se manter no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar do seu partido, União Brasil, pressionar pela sua saída do comando da Pasta.

Continua depois da publicidade

Gazeta: Quais são as expectativas da pasta do Turismo em relação à COP30?

Sabino: O Ministério do Turismo vê a realização da COP30 em Belém como uma oportunidade histórica para o fortalecimento do turismo sustentável e para a projeção internacional do Brasil como liderança em economia verde. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que o evento reunirá cerca de 50 mil visitantes durante os dias centrais do evento, incluindo aproximadamente 7 mil integrantes da chamada “família COP”, composta por representantes da ONU e delegações oficiais de países-membros.

A realização da conferência deve gerar impactos econômicos expressivos, especialmente para a capital paraense, com a criação de empregos temporários, o aquecimento do setor de serviços, o fortalecimento da rede de hospedagem e o incremento das atividades turísticas e comerciais.

Também em escala nacional, a COP30 representa uma vitrine estratégica para atração de investimentos internacionais, especialmente nas áreas de energia limpa, inovação e tecnologias voltadas à sustentabilidade ambiental, consolidando o Brasil como destino comprometido com um futuro mais verde e inclusivo.

Continua depois da publicidade

Gazeta: Como transformar a preservação ambiental em motor do turismo sustentável nos vários biomas brasileiros?

Sabino: O Brasil possui uma forte vocação para o ecoturismo sustentável, pela grande diversidade de atrativos naturais que temos em todas as regiões do País. Por isso, o incentivo à sustentabilidade no turismo, com a participação de comunidades locais e tradicionais, é um dos nortes do governo do presidente Lula.

A nova Lei Geral do Turismo, por exemplo, sancionada em 2024, inclui o estímulo ao envolvimento dessas populações entre os objetivos da Política Nacional de Turismo. Aliás, sob a liderança do Brasil, o documento final do encontro do G20 Turismo, realizado no ano passado em Belém, indicou a necessidade de investimentos coletivos globais em sustentabilidade.

Gazeta: Como traduzir isso em oportunidades ao País?

Sabino: Com a COP 30 será inaugurado um novo momento do turismo na Amazônia e do País, uma vez que teremos a oportunidade ímpar de mostrar ao mundo as belezas da floresta amazônica e o potencial do nosso setor de contribuir para o desenvolvimento sustentável em nível global. Mostrar que preservamos não só as florestas, mas também outros biomas, como o Pantanal, o Cerrado, que são tão ricos e onde podemos encontrar destinos turísticos belíssimos. Todo esse esforço parte da adequada associação entre atividades turísticas responsáveis e a necessária conservação ambiental.

Continua depois da publicidade

Gazeta: Parte da mídia criticou a escolha de Belém para a COP30. Como está a preparação da cidade?

Sabino: Belém está plenamente preparada para receber a COP30 e para mostrar ao mundo o melhor do Brasil e da Amazônia. A cidade, que deve acolher cerca de 50 mil visitantes durante o evento, já dispõe de mais de 53 mil leitos de hospedagem mapeados, distribuídos entre hotéis, navios e residências de temporada.

O Plano de Acomodação, coordenado pelo governo federal em parceria com o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém, está sendo executado em fases, com prioridade às delegações oficiais e à chamada ‘família COP’. Já foram disponibilizados 2.500 quartos, conforme acordo firmado com a ONU, com diárias a partir de US$ 100.

Gazeta: Qual função do Ministério do Turismo na COP30?

Sabino: O Ministério do Turismo, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, integra a força-tarefa do Governo do Brasil dedicada à COP30, acompanhando de perto cada etapa da preparação.

Continua depois da publicidade

Destinamos R$ 322 milhões do Fundo Geral de Turismo, o Novo Fungetur, exclusivamente para empreendimentos privados ligados ao evento, como meios de hospedagem e serviços turísticos, permitindo investimentos em obras, reformas e capital de giro. Esses recursos fortalecem o setor e garantem que Belém esteja à altura de um evento dessa magnitude.

Tenho acompanhado pessoalmente as obras e mantido diálogo constante com os representantes da rede hoteleira e do trade turístico local. Nosso compromisso é assegurar que a COP30 seja um sucesso não apenas durante o evento, mas também no legado que deixará para o Brasil e para a Amazônia, com uma infraestrutura mais moderna, sustentável e preparada para receber grandes encontros internacionais.

Gazeta: Qual legado o Brasil quer deixar no turismo após a COP?

Sabino: A COP30 em Belém transcende as reformas e as novas construções na cidade. O verdadeiro legado que o Governo do Brasil está construindo é a valorização cultural e a visibilidade permanente de Belém e do Pará no cenário global. Com os olhos do mundo voltados para a Amazônia, a conferência está catapultando a imagem da capital paraense e de todo o estado.

Continua depois da publicidade

Esta visibilidade histórica abre portas para muito mais do que para apenas turistas, ela atrai novos investimentos em áreas vitais como ecoturismo, energia limpa, agricultura sustentável e infraestrutura de ponta.

O impacto positivo do turismo, portanto, ultrapassa a simples visitação: se espalha por diversos setores da economia, gerando uma cadeia de valor sólida e sustentável. O turismo que defendemos, sob a liderança do presidente Lula, não é o que apenas gera lucro para poucos, mas sim o que gera dignidade para muitos.

Queremos um turismo que respeite a cultura local, valorize a biodiversidade e inclua as comunidades amazônicas no seu desenvolvimento, e é isso que essa COP vai deixar.

Continua depois da publicidade

Gazeta: Qual é a estratégia para essa finalidade?

Sabino: É a de fortalecer a atração de visitantes estrangeiros utilizando os principais atrativos locais como âncoras. Isso inclui, claro, a capital Belém, mas se estende para regiões importantíssimas como Santarém/Alter do Chão e a Ilha de Marajó.

Nosso foco de promoção internacional destaca a biodiversidade única da floresta amazônica, a riqueza cultural inigualável, o compromisso com a sustentabilidade e o potencial do turismo de base comunitária, garantindo que o benefício do turismo chegue diretamente às mãos de quem vive e preserva a Amazônia.

A COP30 deixará um legado de obras, mas, acima de tudo, um legado de conhecimento, cultura e oportunidades duradouras para o povo paraense.

Continua depois da publicidade

Gazeta: Por que decidiu se manter no governo Lula, apesar da pressão do seu partido?

Sabino: Continuo no governo e continuo ao lado do presidente Lula por entender que este é o melhor projeto para o País, que vem entregando resultados concretos. O momento, agora, é de trabalhar pelo bem do povo brasileiro e entender as necessidades do povo brasileiro.

A COP30, em Belém, no local onde nasci, se aproxima e temos muito trabalho a fazer, com responsabilidade que tenho não só com o governo, mas principalmente com as ações que estão em andamento no Ministério do Turismo para a realização da conferência e com outras entregas que estamos fazendo.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados