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Cotidiano

Fome excessiva em cães pode esconder problemas que passam despercebidos

Entre as causas podem estar metabolismo, composição da dieta, fatores emocionais, genética ou até doenças

Bruno Hoffmann

01/10/2025 às 22:00

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Cães podem ter fome constante por uma série de fatores

Cães podem ter fome constante por uma série de fatores | Zen Chung/Pexels

Há cães que parecem estar sempre com fome e que nunca recusam comida, mesmo que já estejam bem alimentados. Há uma série de razões para essa característica curiosa e, por vezes, preocupante.

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Segundo o veterinário Diego de Mattos, professor do curso de Medicina Veterinária na Universidade Guarulhos (UNG), entre os motivos podem estar o metabolismo do animal, atividade física, composição da dieta, fatores emocionais, genética ou até doenças.

Ele afirmou que, em todos os casos, e independentemente da raça, é essencial buscar um profissional que pode dar o diagnóstico e indicar o tratamento mais preciso para cada caso.

Metabolismo

Para ele, o metabolismo dos cães é um aspecto fascinante que merece uma análise mais profunda. Em geral, explicou o especialista, os cães possuem um metabolismo que pode ser significativamente mais rápido do que o dos humanos, especialmente em raças menores.

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“Essa característica intrínseca aos cães resulta em uma taxa de queima de energia mais acelerada, o que implica que eles têm uma necessidade maior de nutrientes e calorias ao longo do dia”, contou.

Em raças menores, como chihuahua e spitz, essa rapidez no metabolismo se torna ainda mais evidente. Esses cães, em decorrência de sua alta taxa metabólica, explicou, tendem a sentir fome com mais frequência em comparação às raças maiores.

“Isso se deve ao fato de que a massa corporal reduzida exige um suprimento constante de energia para manter suas funções vitais e níveis de atividade. Além disso, a idade, o nível de atividade física e a saúde geral do animal também influenciam o seu metabolismo”, continuou.

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Cães jovens e ativos, por exemplo, queimam energia de maneira mais eficiente e, portanto, podem precisar de múltiplas refeições ao longo do dia para satisfazer suas demandas energéticas.

Ele explicou ser importante que os tutores estejam atentos a essas variações no metabolismo dos cães, ajustando a dieta conforme as necessidades específicas de cada animal.

Atividade física

Os cães que apresentam um estilo de vida mais ativo, por brincadeiras intensas, corridas ou exercícios regulares, têm uma demanda calórica significativamente maior para sustentar seu elevado nível de energia.

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Essa necessidade aumentada de calorias é essencial para garantir que eles mantenham sua saúde, vitalidade e um desempenho ideal em suas atividades diárias.

“Como consequência desse gasto energético, é comum que esses cães sintam fome com mais frequência do que aqueles que levam uma vida mais sedentária. Além disso, a quantidade de alimento que um cão ativo deve consumir pode variar de acordo com fatores como a raça, idade, tamanho e metabolismo individual”, destacou Mattos.

Composição da dieta

A qualidade e a composição da ração que os cães consomem desempenham um papel crucial na determinação de sua saciedade. Uma dieta inadequada, caracterizada por uma alta concentração de carboidratos e uma baixa quantidade de proteínas e fibras, pode não satisfazer a fome dos cães de forma eficaz.

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Para o professor, dietas pobres em nutrientes essenciais podem levar os animais a se sentirem constantemente insatisfeitos, resultando em um aumento da ingestão alimentar e, consequentemente, em problemas de obesidade e outras condições de saúde.

“Uma ração equilibrada, que combine uma quantidade adequada de proteínas, fibras e gorduras saudáveis, é fundamental para promover uma sensação de saciedade duradoura”, afirmou.

De acordo com ele, as proteínas, por exemplo, são essenciais para a construção e reparação dos tecidos, além de desempenharem um papel importante na regulação do apetite. Já as fibras contribuem para um trânsito intestinal saudável e ajudam a prolongar a sensação de plenitude no estômago.

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Fatores emocionais

Os fatores emocionais desempenham um papel significativo no comportamento alimentar dos cães. Não raro esses animais podem recorrer à comida como uma forma de lidar com emoções complexas, como tédio, ansiedade ou para buscar a atenção e o afeto de seus donos.

Essa relação emocional com a comida pode levar a uma percepção distorcida da fome, fazendo com que eles se sintam constantemente desejosos de comer, mesmo quando não estão realmente necessitados de alimento.

“A humanização dos pets, um fenômeno crescente na sociedade contemporânea, exacerba esse comportamento. Ao tratar os cães como membros da família e oferecer-lhes alimentos e petiscos em momentos de estresse ou tédio, os donos podem inadvertidamente reforçar a ideia de que a comida é uma solução para esses sentimentos”, explicou o especialista.

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De acordo com ele, essa prática não apenas contribui para o aumento do apetite emocional, mas também pode levar a problemas de saúde, como obesidade e distúrbios alimentares.

É crucial, explicou, que os tutores reconheçam esses fatores emocionais e desenvolvam estratégias eficazes para lidar com as necessidades emocionais de seus cães de maneira saudável.

“Isso pode incluir a implementação de rotinas de exercícios regulares, a interação social e atividades estimulantes, além de assegurar que a alimentação seja feita em horários específicos, evitando a oferta excessiva de guloseimas”, disse.

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“Dessa forma, os cães podem aprender a distinguir entre a fome real e a fome emocional, promovendo um relacionamento mais saudável com a comida e, por consequência, uma melhor qualidade de vida”, completou.

Doenças

Diversas condições de saúde podem influenciar o apetite dos cães, fazendo com que eles sintam uma fome excessiva em relação ao que é considerado normal.

Entre essas condições estão problemas como diabetes mellitus, distúrbios na glândula tireoide e infestações por vermes intestinais.

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O diabetes, por exemplo, é uma doença crônica que impede o corpo do cão de regular adequadamente os níveis de açúcar no sangue, resultando em uma sensação constante de fome.

Por outro lado, disfunções na tireoide, como o hipotireoidismo, podem desacelerar o metabolismo do animal, fazendo com que ele busque mais alimentos para compensar a falta de energia.

Já a presença de vermes intestinais pode causar insuficiência de nutrientes, levando o cão a comer mais para tentar suprir essa carência.

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Genética

A genética desempenha um papel fundamental na determinação do comportamento alimentar dos cães. Algumas raças são predispostas a ter um apetite mais voraz, o que pode ser uma característica herdada de seus ancestrais.

Por exemplo, contou o professor da UNG, as raças como o labrador retriever e o beagle são conhecidas por sua tendência a comer em excesso, o que pode levar a desafios com o peso se não forem monitoradas adequadamente.

“Se você perceber que seu cão está mostrando um apetite incomum ou parece estar sentindo mais fome do que o normal, é crucial não ignorar esse sinal. Um aumento no apetite pode ser um indicativo de diversas condições de saúde, como problemas metabólicos, distúrbios endócrinos ou até mesmo questões emocionais, como ansiedade”, analisou ele.

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